O clima no Palácio do Planalto era de absoluta normalidade. Não havia expectativas com a leitura do relatório do processo de impeachment no Senado e nem em relação ao voto do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), pedindo a abertura do processo de afastamento da presidente. De acordo com interlocutores da presidente Dilma, não houve orientação para que o voto - que durou cerca de três horas - fosse acompanhado atentamente e pouco se comentou após a decisão do tucano. "Já era mais do que esperado. Era tão esperado que ninguém nem assistiu", disse um assessor palaciano.
A estratégia para os próximos passos, com a já esperada aprovação da admissibilidade do processo de impeachment no Senado, seguida do seu afastamento, deverá ser discutida na noite desta quarta-feira, no Palácio do Alvorada, em reunião entre a presidente Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os seus ministros mais próximos. Na ocasião, eles querem analisar o relatório de Anastasia, e o que o advogado da União, José Eduardo Cardozo, deverá enfatizar na defesa de Dilma que deverá fazer novamente no Senado.