Em uma das denúncias, entre os novos acusados por corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa e obstrução à investigação, além de Argello, foram denunciados os empreiteiros Marcelo Odebrecht, Ricardo Pessoa e Léo Pinheiro e outros seis investigados. Segundo a Procuradoria da República, o ex-senador "solicitou e recebeu pagamentos indevidos para interferir nos trabalhos de CPIs no ano de 2014".
Os procuradores afirmam que "o acerto de vantagem indevida" foi realizado por pelo menos quatro empreiteiras: UTC Engenharia, OAS, Toyo Setal e Odebrecht. Inicialmente, a operação Vitória de Pirro, deflagrada em 12 de abril, apontava apenas repasses efetuados pela UTC (R$ 5 milhões) e pela OAS (R$ 350 mil).
O dinheiro da UTC foi destinado à coligação "União e Força", formado por DEM, PRTB, PTB e PRB, na eleições de 2014. Já a propina da OAS foi parar em conta da Paróquia São Pedro, em Taguatinga, DF.
"O pagamento à paróquia é associado a uma pessoa identifica como 'Alcóolico', que seria o apelido de Gim Argello, por ser trocadilho com a bebida 'Gim'. O apelido foi identificado em troca de mensagens de celulares que foram apreendidos em fases anteriores da Lava Jato", afirmou a força-tarefa.
Durante as investigações, descobriu-se que a Odebrecht e a Toyo também teriam feito pagamentos ao ex-senador.
"A empresa Toyo Setal realizou o pagamento de R$ 2 milhões por meio de doação oficial ao PR com a finalidade de dar aparência lícita à vantagem indevida e, Julio Camargo, representante da empresa, por duas vezes, fez pessoalmente repasses em espécie, totalizando R$ 200 mil e 200 mil euros que foram entregues ao ex-senador. Também há indícios concretos que a empreiteira Odebrecht pagou R$ 200 mil para evitar a convocação de seus executivos como doação oficial ao PR", apontam os procuradores..