Desacostumado em conduzir o plenário da Casa, o deputado pediu que fosse organizada uma "pauta leve" em sua semana de estreia no comando da Câmara. Os colegas riram e informaram ao parlamentar que não há matérias "leves" em vista. Maranhão recebeu os deputados fora da Câmara e, até o momento, não veio ao gabinete.
Ontem, logo que chegou em seu gabinete, Maranhão recebeu o apoio de alguns parlamentares governistas, falou em pacificar a Câmara após o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e propôs uma "agenda positiva" de votações para a próxima semana. De acordo com a vice-líder do governo, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Maranhão autorizou que se prepare uma agenda de projetos para colocar em pauta em homenagem à semana que sucederá o "Dia das Mães".
Destituição
Um grupo de parlamentares próximos a Cunha elabora estratégias para tirar Maranhão do cargo e desse modo eleger um deputado alinhado ao peemedebista na presidência da Câmara. Segundo aliados, o peemedebista disse que "fará o possível" para encurtar a passagem de Maranhão na presidência.
Apesar de não querer ver o vice-presidente em seu lugar, Cunha está consciente de sua fragilidade política. Ele sabe que não voltará mais ao cargo e que se for aprovado um pedido de cassação de seu mandato no Conselho de Ética, o plenário tende a referendá-lo.
Pela interpretação do regimento interno feita pela Secretaria Geral da Mesa Diretora, só seria possível eleger um presidente da Casa em caso de morte, renúncia ou perda de mandato, o que não é o caso de Cunha. Assim, Maranhão tem direito de permanecer presidindo interinamente a Câmara enquanto Cunha estiver afastado porque não foi declarada a vacância do cargo.
Algumas teses de afastamento de Maranhão estão em discussão, entre elas uma consulta à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para que declare o cargo de presidente da Câmara vago.