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Estado de Minas

Governistas e oposição contam votos para julgamento final de Dilma

Com o afastamento de Dilma Rousseff praticamente definido, tropas se digladiam em torno dos 54 votos necessários para confirmar a saída da presidente. Governo e oposição avaliam que um placar dilatado na quarta-feira impulsionará a análise do processo de cassação


postado em 09/05/2016 08:13

A semana em que a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff será votada no Senado — podendo impor o afastamento dela do cargo — começou com as tropas governistas e da oposição contando votos para o julgamento final da petista, que pode demorar até 180 dias. Hoje, o placar aponta 51 votos a favor da saída temporária da chefe do Executivo, 10 além do necessário. Caso a oposição conquiste mais três apoios, o resultado da quarta-feira representará o fim das esperanças da presidente de reverter o placar no julgamento final, marcado para o segundo semestre. A avaliação é partilhada tanto por petistas e aliados como pelas bancadas alinhadas ao vice-presidente Michel Temer.

Segundo cálculos de governistas, um placar que indique o total de votos necessários para o afastamento definitivo de Dilma — 54 ou dois terços do total de senadores — poderia afundar as esperanças de uma eventual vitória no futuro. Foi o que relatou o líder do governo na Casa, Humberto Costa (PT-PE), em entrevista ao Correio. “Se eles tiverem, agora, dois terços ou um pouco mais, isso é favorável a eles. Se eles tiverem algo perto de 58 votos, aí fica mais difícil puxar cinco ou seis do lado de lá. Mas, se eles não atingirem os 54, acho que tem um clima favorável para nós”, avaliou Costa.

Entre os votos não declarados ou considerados indecisos, está o do presidente da Comissão Especial do Impeachment, Raimundo Lira (PMDB-PB). O senador paraibano havia se declarado favorável ao afastamento temporário, mas voltou para o rol dos indecisos antes de assumir o cargo na comissão. “Quero assumir a Presidência da Comissão sem juízo de valor, para ter liberdade de conduzir o processo e respeitar o contraditório”, disse Lira à época. Agora, ele diz ter definido o voto, mas não abrirá a posição até a votação. “Já que eu me declarei isento para assumir a presidência e está muito próximo (da votação), estou resguardando esse voto”, disse. Até mesmo apoiadores do governo, no entanto, apostam que ele manterá a opinião já divulgada, aumentando para 52 os apoiadores declarados pelo afastamento.


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