O prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz, encaminhou nesta segunda-feira, à Câmara Municipal da cidade o pedido de licença do cargo por 60 dias. O documento chegou à Casa no fim da semana passada, mas só começou a tramitar nesta segunda-feira. De acordo com a assessoria legislativa, o afastamento será votado em sessão extraordinária nesta terça-feira pela manhã. Se aprovado, já começa a valer.
Muniz está preso preventivamente desde 18 de abril pela suspeita de prejudicar hospitais publicos do município para favorecer um hospital de uma rede educacional da sua família. Um dos fundamentos da prisao preventiva é que ele estaria ameaçando testemunhas do processo de investigacao aberto pelo Ministerio Público Federal e pela Polícia Federal (PF). A defesa nega as acusações e diz que ele é vítima de perseguição política.
A prisão preventiva foi determinada pelo desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da Primeira Regiao, de Brasília.
A defesa do prefeito anunciou que vai entrar com pedido de habeas corpus junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mas não detalhou quando o pedido será ajuizado e ainda não se sabe quando poderá ser julgado.
Ruy Muniz foi preso horas depois de acompanhar a mulher dele, a deputada Raquel Muniz, na sessão da Câmara dos Deputados que votou o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ela citou o marido como exemplo na sessão que foi anulada na manhã de hoje pelo presidente interino da Câmara, deputado Waldir Maranhão.
Muniz continua recolhido em cela especial (por ter curso superior ) no presídio regional de Montes Claros.
Vice assume
O pedido do afastamento dele foi entregue ao presidente da Câmara de Vereadores, Marcos Nem (PSD), pela procuradora do município, Marilda Barbosa. Se aprovado o afastamento, quem assume interinamente a prefeitura da quinta maior cidade de Minas é o vice prefeito José Vicente Medeiros (PMDB), que é radialista, músico e produtor rural..