Entre os 15 presos temporariamente estão o ex-deputado federal Edson Girotto, que foi secretário de Infraestrutura do governo André Puccinelli (PMDB), e André Luiz Cance, ex-secretário estadual da Fazenda. O ex-governador também é alvo da operação. Durante duas horas, policiais federais cumpriram mandado de busca e apreensão no apartamento do peemedebista. As ações ocorrem no mesmo dia que o plenário do Senado decidirá se cassa ou não o mandato do senador sul-mato-grossense Delcídio do Amaral por quebra de decoro parlamentar.
A suspeita é de que recursos públicos desviados de contratos e obras públicas tenham sido utilizados, na gestão Puccinelli, na compra de propriedades rurais. O esquema, de acordo com a PF, envolvia fraude em licitações e recebimento de propina. Os policiais identificaram fortes indícios de prática de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Segundo eles, os investigados compravam bens em nomes de terceiros e sacavam dinheiro em espécie para ocultar os valores.
Participam da operação 201 policiais federais, 28 funcionários da Controladoria-Geral da União e 44 da Receita Federal. São cumpridos, ao todo, 28 mandados de busca e apreensão e 15 de prisão temporária, além de 24 mandados de sequestro de bens de investigados. A operação alcança os municípios de Campo Grande, Rio Negro (MS), Curitiba, Maringá (PR), Presidente Prudente (SP) e Tanabi (SP).
As apurações começaram em 2013, quando foi constatada a atuação de um grupo que, por meio de empresas em nome próprio e de terceiros, superfaturava obras contratadas com a administração pública. O grupo é acusado de agir no ramo de pavimentação de rodovias, construções e prestação de serviços nas áreas de informática e gráfica.
As medidas estão sendo cumpridas nos municípios de Campo Grande/MS, Rio Negro/MS, Curitiba/PR, Maringá/PR, Presidente Prudente/SP e Tanabi/SP.
"Durante a primeira fase da Operação, cujas investigações iniciaram-se em 2013, foi constatada a existência de um grupo que, por meio de empresas em nome próprio e de terceiros, superfaturaram obras contratadas com a administração pública, mediante a prática de corrupção de servidores públicos e fraudes a licitações, ocasionando desvios de recursos públicos", informa nota da PF.
Nesta fase, após a análise dos materiais apreendidos novas fiscalizações realizadas pela CGU e relatórios da Receita Federal, 'foram verificados fortes indícios da prática de lavagem de dinheiro, decorrente, inclusive, de desvio de recursos públicos federais e corrupção passiva, com a utilização de mecanismos para ocultação de tais valores, como aquisição de bens em nome de terceiros e saques em espécie'.
Os presos serão encaminhados para a Superintendência da PF em Campo Grande/MS, bem como os materiais objetos das buscas e apreensões.
O nome Fazendas de Lama faz referência a procedimentos utilizados pelos investigados na aquisição de propriedades rurais com recursos públicos desviados de contratos de obras públicas, fraudes em licitações e recebimento de propinas, resultando também em crimes de lavagem de dinheiro.
Com agências