Líderes de 14 partidos devem se reunir informalmente ao meio-dia para definir de que forma isso será feito, mas querem dar o recado de que Maranhão não tem condições políticas para continuar presidindo a Casa.
Nesta segunda, antes do recuo de Maranhão, as lideranças haviam decidido não dar quórum na sessão marcada pelo interino durante a manhã e abrir uma extraordinária à noite para votar em plenário a anulação do processo de impeachment. Era um recado ao presidente em exercício desde o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de que ele não contaria com a maioria do plenário para conduzir a Casa. Com o recuo de Maranhão, a ideia de abrir a sessão foi abortada por "perda de objeto", como definiu um parlamentar.
O recado sobre a insustentabilidade de Maranhão também será dado na reunião da Mesa Diretora, marcada para as 14 horas. "Será dito que ele não tem o apoio da Mesa", disse o deputado Beto Mansur (PRB-SP). Na tarde de segunda, Mansur convocou coletiva para dizer que Maranhão tomou a decisão sem consultar nem ter a anuência da Mesa.
No seu partido, Maranhão também poderá ter um revés. A bancada do PP se reúne nesta terça para fechar questão sobre a situação do presidente interino. Essa posição será levada à Executiva Nacional, que pode decidir pela expulsão do parlamentar. Se for expulso do partido, Maranhão perde o cargo de primeiro vice-presidente e, consequentemente, a interinidade na presidência.
O governador do Maranhão, Flávio Dino, aliado e um dos principais articuladores do convencimento para que Maranhão anulasse as sessões do impeachment, disse nesta terça-feira que o deputado será bem-vindo no PCdoB.
Maranhão chegou por volta das 9h30 na Câmara, meia hora depois da abertura da sessão que havia marcado no dia anterior, que foi cancelada.