O prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz (PSB), foi levado ontem do Presídio Regional da cidade para o hospital Prontocor com vômitos, pressão alta e taquicardia.
Pela manhã, a Câmara Municipal aprovou, por 14 votos a oito, o pedido de licença de 60 dias solicitado por Muniz. Na mesma sessão, os vereadores rejeitaram pelo mesmo placar o pedido de vacância do cargo e de instalação de uma comissão processante para investigar as denúncias de desvios na saúde e cassar o mandato do prefeito. A solicitação foi feita pela professora Iara Pimentel.
No tempo em que ficar licenciado, a prefeitura será comandada pelo vice-prefeito José Vicente Medeiros (PMDB).
Muniz está preso preventivamente desde 18 de abril por suspeita de prejudicar o funcionamento de hospitais públicos da cidade para favorecer uma instituição privada de propriedade da família dele. Ele também é acusado de ameaçar de morte as testemunhas no processo de investigação conduzido pela Polícia Federal e Ministério Publico Federal. A defesa nega as acusações e alega perseguição política. Com a aprovação da licença, o prefeito garante uma sobrevida no cargo, já que a Lei Orgânica da cidade afirma que o afastamento do prefeito sem licença por mais de 20 dias resulta em perda do mandato.
Muniz foi preso em Brasília no dia seguinte à votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, horas depois de sua mulher, a deputada federal Raquel Muniz (PSD), votar a favor do afastamento da petista citando o marido como exemplo de bom gestor. No mesmo dia, ele foi transferido para Montes Claros. Também foi presa a secretária municipal de Saúde, Ana Paula Nascimento. A defesa entrou semana passada com um pedido de relaxamento da prisão, que foi negado.
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