Brasília, 11 - A decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), de não acolher o mandado de segurança impetrado pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, para que fosse suspensa a validade da autorização concedida pela Câmara dos Deputados à abertura de processo de impeachment por crime de responsabilidade contra a presidente Dilma Rousseff, foi "uma ducha de água fria" no governo. Ministros e assessores presidenciais ainda acreditavam que a votação pudesse ser suspensa, mas, quando veio a notícia, "foi uma decepção total", observou um interlocutor de Dilma.
A presidente soube da notícia no Palácio da Alvorada, onde se encontra e deverá passar o restante do dia. Dilma conversou com o ministro Cardozo, que, no fim da tarde, estará no plenário do Senado para fazer a defesa da presidente.
Mandato
O ministro da Educação, Aluizio Mercadante, afirmou nesta quarta-feira, que o governo Dilma Rousseff vai lutar até o fim para dar continuidade ao mandato. "Vamos aguardar a votação desta quarta-feira. Dependendo do resultado, teremos um afastamento temporário. A presidente continua sendo Dilma Rousseff pela Constituição Federal e pela votação. O afastamento é para apurar um crime que não ocorreu, não tem base jurídica. É evidente que vamos lutar até o fim para dar continuidade a um mandato que foi legitimamente construído por 54 milhões de votos. Quem perde a eleição e tenta recuperar por atalho faz um golpe", afirmou.