Já faz quase 20 anos que o agora presidente da República em exercício Michel Temer (PMDB) flerta com o mais alto cargo do Executivo. Por três vezes no comando da Câmara dos Deputados e há pouco mais de cinco anos na vice-presidência, ele chegou a ocupar algumas vezes, ainda que interinamente, o posto máximo do poder no país. Então primeiro nome na linha sucessória da República, o peemedebista vinha mostrando ao longo do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), do qual foi um dos principais articuladores, o quanto desejava se livrar do título de “vice” e assumir de forma permanente o controle do Brasil pelo menos até 2018.
A primeira experiência no primeiro escalão de um governo foi em 1984, quando nomeado secretário de Estado de Segurança Pública de São Paulo, posto que assumiu por duas vezes. Na segunda delas, ele foi chamado para debelar a crise gerada pelo massacre do Carandiru, também em 1992. Na época, a intervenção da Polícia Militar do Estado de São Paulo para conter a rebelião causou a morte de 111 detentos.
Uma vez eleito deputado federal, Temer nunca mais largou o poder. Exerceu o cargo por seis mandatos, sendo eleito três vezes presidente da Casa Legislativa, em 1997, 1999 e 2009. De lá, foi direto para a vice-presidência do governo Dilma, posto que ocupou nos últimos cinco anos e quatro meses. Na condição de presidente da Câmara, assumiu a Presidência da República, interinamente, por duas vezes: de 27 a 31 de janeiro de 1998 e em 15 de junho de 1999.
Temer, entretanto, não era a primeira opção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para vice de Dilma. A intenção do petista era emplacar o peemedebista Henrique Meirelles, então presidente do Banco Central. O PMDB não abriu mão de indicar Temer, que acumulava os cargos de presidente do partido e presidente da Câmara. Depois da morte do ex-governador Orestes Quércia, em 2010, Temer se consolidou como o principal nome do partido, o qual preside há 15 anos.
Temer, em 2009, teve seu nome associado à Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal, que investigou corrupção em contratos da construtora Camargo Corrêa. Também foi citado na Operação Caixa de Pandora, que apurou mensalão do DEM no Distrito Federal.
Para além da política, Michel Temer é um homem rico. Na declaração de renda entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2014, ele informou ser dono de um patrimônio de R$ 7,5 milhões. Na vida pessoal, chama atenção pela beleza da mulher, a ex-miss Paulínia Marcela Temer, de 32 anos, com quem tem um filho de 6 anos, Michelzinho, e espera um segundo bebê. Na posse do primeiro mandato, aliás, Marcela roubou a cena. O vice-presidente tem mais três filhos do primeiro casamento, com Maria Célia de Toledo.