Cardozo, que ainda permanecia no Palácio do Planalto após Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixarem o local, disse que o Conselho de Ética da Presidência da República o liberou de um período de quarentena para atuar na causa do impeachment porque já estava trabalhando na causa.
Nos próximos meses, a defesa de Dilma vai buscar novos caminhos para provar que a presidente afastada não cometeu crime de responsabilidade. Uma das possibilidades será questionar a "justa causa" do processo, etapa jurídica que, segundo Cardozo, não foi abordada até agora.
"No momento oportuno, a defesa judicializará essas questões. Não permitiram que fizéssemos prova. Pelo rito que estava colocado, nem provas nós pudemos dar. Até hoje não sei de qual ato a presidente Dilma Rousseff é acusada, porque ninguém diz", comentou. "É incompreensível.
Visivelmente cansado, o ex-ministro da Justiça do governo Dilma disse que, apesar da derrota, seguirá "lutando com muita garra e determinação". "É uma luta da democracia, contra a injustiça e na defesa daquilo que é muito caro para nós, que é a Constituição. O processo foi só político, nada jurídico. Criaram uma fumaça jurídica para tentar dizer que havia crime, mas não há o menor resquício de crime. É uma coisa impressionante o que se usa de pretexto para tentar dizer que a presidente cometeu algum crime. Foi uma destituição política, um golpe.".