Contra Bertoldi pesam cinco acusações: violência doméstica, lesões corporais, constrangimento ilegal, trabalho escravo, ameaças por palavras e estupro. O processo segue em segredo de justiça. A tese da defesa é de que não houve uma agressão "exclusiva" dele, pois "ambos saíram machucados". A ex-noiva de Bertoldi, Tatiana Bittencourt, contudo, disse ter sido "encarcerada, alvo de socos e chutes, chamada dos piores termos imagináveis, sem acesso a ninguém, apenas pessoas da confiança de Bertoldi que a vigiavam".
Tatiana denunciou o ex-deputado ao Ministério Público do Paraná no final do ano passado, que aceitou e encaminhou o processo ao Tribunal de Justiça do Estado. Bertoldi foi preso pela Polícia Federal e a Polícia Militar de Santa Catarina em fevereiro, na cidade de Balneário Camboriú, depois de ter sido considerado foragido e ter sido identificado por uma testemunha.
Como primeiro suplente da chapa, Bertoldi já poderia ter assumido duas vezes, no caso da vaga do deputado federal Valdir Rossoni (PSDB-PR), que assumiu a secretaria da Casa Civil do Paraná, e de Reinhold Stephanes (PSD-PR) que assumiu a secretaria de Administração do Estado. Em seu lugar, ocuparam as vagas Paulo Martins (PSDB-PR) e Nelson Padovani (PSDB-PR). A defesa do paranaense entrou com um pedido de habeas corpus para que ele pudesse assumir as vagas, mas o pedido foi negado.
Seus advogados também entraram há cerca de um mês com um mandato de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF). O caso foi sorteado para o ministro Luiz Fux, mas ainda não foi analisado. Caso seja aprovado, a defesa defenderá que Bertoldi assuma a suplência da vaga de Ricardo Barros. A expectativa do advogado eleitoral de Bertoldi, Guilherme Gonçalves, é que o pedido seja analisado nos próximos dias. A defesa questiona que Bertoldi deveria ter sido notificado sobre a abertura das vagas, pois tinha direito "líquido e certo" sobre elas, mas ao invés disso o segundo suplente foi chamado diretamente.
Para Gonçalves, o ex-deputado também deveria ser notificado formalmente sobre a abertura da vaga de Barros. "O fato de ele ter a chance de tomar posse torna a questão dele mais relevante do que um mero direito individual", opinou. O advogado justifica a soltura do seu cliente dizendo ele não apresentaria mais nenhum risco para a vítima, pois teria que se mudar para Brasília, ficando mais afastado. A Secretaria da Mesa da Câmara informou que, antes de comunicar a abertura da vaga, verificará se Bertoldi continua preso na próxima semana. Se ele estiver, será chamado o segundo suplente, Sérgio de Oliveira (DEM-PR)..