Na decisão, a juíza acolhe parcialmente o pedido de liminar feito pelo vereador Gilberto Natalini (PV) em ação popular movida no mês passado, após a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. O parlamentar queria ainda a anulação do contrato de R$ 15 milhões celebrado pela Prefeitura de São Paulo com a empresa de logística Integra, para armazenar os uniformes e 10 mil móveis não usados pela Secretaria Municipal da Educação. "Vamos exigir o ressarcimento do dinheiro público, para que isso nunca mais se repita", disse Natalini.
A juíza afirmou que a contratação para depósito dos materiais "decorreu de regular procedimento licitatório" e que "não há elemento que faça presumir ilegalidade do contrato a culminar com a interrupção em sua execução". No entanto, completa a magistrada, é "possível concluir por dano ao erário, já que há gasto público envolvendo material e roupa que poderiam - e deveriam - ter sido destinados a quem deles necessita ou, se inservíveis para qualquer fim, deveriam ter sido inutilizados de pronto".
Nas caixas dos uniformes constam os anos em que os itens chegaram à rede municipal de ensino: 2010, 2011, 2012 e 2013.
À época, a Secretaria Municipal da Educação informou que as caixas estocadas contêm itens que tinham defeitos, foram corrigidos pelo fabricante e novamente estocados. Segundo a pasta, estava em curso um procedimento para doar as roupas à Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social. O Ministério Público Estadual (MPE) e o Tribunal de Contas do Município (TCM) abriram procedimento para apurar a denúncia.
Duas semanas depois, Haddad publicou um decreto determinando que as peças sejam entregues a alunos da rede municipal de ensino de regiões de vulnerabilidade social até o fim de maio. Os materiais pedagógicos ou de apoio já velhos, como provas e revistas antigas, por exemplo, seriam encaminhados a ONGs e cooperativas até o final de abril..