A propriedade, de 1,5 mil hectares distribuídos entre reflorestamento de eucalipto e criação de gado, é considerada produtiva, segundo os critérios do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). De acordo com Neusa Previato, da direção estadual do MST, além do possível vínculo com Temer, os donos do imóvel se apossaram de uma área da União. As terras são cortadas por uma linha desativada da antiga Ferrovias Paulistas S/A (Fepasa), incorporada pela Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA). "Essa faixa de terras públicas foi incorporada à fazenda, o que configura grilagem", disse.
Ainda segundo a líder, a terra está sendo preparada para o plantio de arroz, feijão, mandioca e milho. "Começamos plantando palmito dentro das terras, depois vamos avançar para os alimentos, um contraponto à monocultura de eucalipto e à pecuária intensiva existentes na área." Segundo ela, sementes e mudas foram doadas por simpatizantes do movimento na região. "As pessoas afirmam que a fazenda é mesmo do Temer", disse.
O Coronel Lima tornou-se amigo de Temer quando este ocupou a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo.
Relatório da Polícia Militar aponta que a casa-sede e outras benfeitorias existentes na propriedade foram pichadas e estão sofrendo depredação. A PM fez sobrevoos de helicóptero na área ocupada. A empresa Argeplan, de São Paulo, que tem o Coronel Lima entre os sócios e divide com ele a titularidade da fazenda, entrou com ação de reintegração de posse no Fórum de Duartina na quinta-feira, 12, para a retirada dos invasores. O juiz da Vara Única, Luis Augusto da Silva Campoy, determinou que o Ministério Público se manifestasse sobre o pedido. O processo voltou ao juiz nesta sexta-feira, 13, mas até o início da noite não havia sido dada a decisão..