Em meio à polêmica sobre a ausência de mulheres no primeiro escalão do governo e do fim do Ministério da Cultura (Minc), o governo Temer decidiu criar uma Secretaria Nacional de Cultura ligada à Presidência da República e tem avaliado nomes femininos para comandá-la. Adriana Rattes, ex-secretária de Cultura do Estado do Rio de Janeiro e ligada ao PMDB, é uma das cotadas. Extinto na quinta-feira, o ministério foi transferido para a Educação, sob o comando de Mendonça Filho, da cota do DEM. No entanto, diante da forte reação da classe artística, o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) recuou da decisão formalizada em medida provisória.
O ministério formado pelo presidente em exercício Michel Temer será marcado pelas pretensões eleitorais. Dois dos 23 ministros recém-empossados almejam ocupar o principal gabinete do Palácio do Planalto e pelo menos outros 13, que saíram do Congresso, devem tentar renovar os mandatos de deputado ou senador ou planejam voos mais altos. Duas vezes candidato ao Planalto, o novo titular do Itamaraty, José Serra (PSDB), segue como uma das opções tucanas para a disputa presidencial de 2018, ao lado do senador Aécio Neves (MG) e do governador Geraldo Alckmin (SP), ambos também com uma candidatura nacional no currículo. Peemedebistas não descartam um cenário em que, caso Serra seja preterido na disputa interna do PSDB, o ministro migre para o PMDB e seja o nome à eventual sucessão de Temer com respaldo do Planalto. Na busca de apoio para a aprovação do impeachment, o presidente em exercício declarou publicamente que não será candidato à reeleição se efetivado no cargo.