"Cultura somos nós, nossa força nossa voz"

Claudia Leitte recebeu autorização de captar R$ 5,8 milhões para realizar seus shows, em um dos casos mais polêmicos

Baptista Chagas de Almeida

Funcionários do extinto Ministério da Cultura protestaram contra fazer parte da mesma pasta da Educação.

“Cultura somos nós, nossa força nossa voz” e “golpe não, cultura sim”. Difícil é entender a falta de educação de servidores que lidam com a cultura. Afinal, na reunião de apresentação, o ministro Mendonça Filho (DEM-PE) foi recebido com vaias e cartazes de protesto por funcionários da Cultura.

Está certo que o presidente Michel Temer atendeu à reivindicação dos servidores, mudou de ideia e agora a Cultura será vinculada à Presidência da República, mas não custa lembrar aos que protestaram: antes, existia o MEC e o C era de cultura. E funcionava.

Temer reduziu de 32 para 23 o número de ministérios da época em que Dilma Rousseff (PT) comandava o país. E em nenhum dos casos a fusão era tão óbvia quanto ressuscitar o MEC, que por tantos anos cumpriu o seu papel. Afinal, educação (o E da sigla) tem tudo a ver com cultura.
Bem, quase.

Difícil é entender o motivo de o governo, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, privilegiar quem não precisa. A queixa é de quem não tem fama e precisa da pasta para tentar decolar. Só um exemplo, para não alongar demais. A cantora Claudia Leitte recebeu autorização de captar   R$ 5,8 milhões para realizar seus shows, em um dos casos mais polêmicos.

O governo alega que o benefício “não configura repasse de verbas pelo Ministério da Cultura aos projetos selecionados, mas uma autorização para o artista ou produtor cultural buscar aportes financeiros junto à iniciativa privada”. Tradução: só os artistas consagrados têm facilidade de conseguir. Quem está começando, só com muita sorte ou com padrinho forte para levar à frente o seu projeto.

 

 

Ainda pagou mico
O motivo foi, provavelmente, o currículo nada abonador do pai, mas ele chiou assim mesmo. O ex-governador Newton Cardoso (PMDB) anda revoltado com o presidente em exercício Michel Temer (PMDB), que tinha aventado a possibilidade de nomear o deputado Newton Cardoso Júnior (PMDB-MG) ministro da Defesa Social. E simplesmente não nomeou e muito menos deu qualquer satisfação. E Newton Júnior ainda pagou o mico de anunciar a nomeação que não houve nas redes sociais.

Ao trabalho
Quem tem razão é o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), que estava ansioso para que fosse logo resolvido o afastamento de Dilma Rousseff (PT) do Palácio do Planalto. “É preciso que o Congresso normalize as suas atividades, porque há várias propostas de emenda constitucional (PEC) a serem votadas”. E diz que Michel Temer (PMDB) não pode usar a desculpa de estar em um governo de transição, que, aliás, provavelmente não será. Em tempo: antes de assumir, Temer teve uma conversa reservada com o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB.

  

Mineiro na Academia
Mantendo a tradição de Minas de terra de grandes juristas, o desembargador Nelson Missias de Morais (foto) tomou posse, no Rio, na Academia Internacional de Jurisprudência e Direito Comparado.

Missias ocupa a vaga que era do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Oscar Dias Corrêa, também mineiro, na cadeira número 30. Missias foi presidente da Associação dos Magistrados Mineiros, diretor do Instituto de Ciências Penais do Estado de Minas Gerais, secretário-geral da Associação dos Magistrados  Brasileiros (AMB), da qual é o seu vice-presidente Legislativo.

 

O sobrenome?
O resultado da malfadada Operação Satiagraha, que tinha como alvo o empresário Daniel Dantas, foi este: prisão para o delegado Protógenes Queiroz, que comandou as investigações. Depois de expulso da Polícia Federal, condenado e no exílio na Suíça, a Justiça de São Paulo expediu mandado de prisão contra ele por não se apresentar à Justiça para audiência. O nome da juíza que expediu a ordem é Andreia Silva Sarney Moruzzi. Será por isso? O sobrenome?

 

A voz da leitora
Sobre a coluna de sexta-feira, escreve a leitora Maria Rodrigues Carvalho: “Considero uma incoerência reconhecer, por um lado, a igualdade entre homens e mulheres e, por outro, fazer questão de cotas em cargos de ministério. E não quero ser linchada pelo mulherio desvairado, mas acho que o tempo necessário à aposentadoria deveria ser igual para os dois sexos. Homem hoje já vai à cozinha, já cuida de crianças, ou seja, já tem também a chamada segunda jornada”. Comentário meu: com razão e muita coragem as palavras de Maria.

 

 

PINGA FOGO

 

A meta de crescimento econômico este ano está mantida. Haverá um incremento de, pelo menos, 6,5% a 7%. Calma gente, não é previsão do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Quem dera fosse Meirelles falando e o índice fosse para a economia brasileira.

O índice foi anunciado pelo primeiro-ministro Li Keqiang (foto). É a previsão para o crescimento... da China, é claro.

Em vídeo no site da Agência Senado, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) deu detalhes sobre as próximas fases do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Importante salientar que Anastasia, como bom político mineiro, como aprendeu a ser, mesmo com seu estilo técnico, não fez nenhum juízo de valor. Só falou da tramitação do processo.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu o arquivamento do inquérito aberto na Operação Lava-Jato para investigar o deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG). Janot não viu indícios suficientes de envolvimento do parlamentar com fraudes na Petrobras para o prosseguimento da apuração. A decisão sobre o arquivamento cabe agora ao ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki.

 

 

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