Tanto Braga quanto Aziz são senadores atualmente. Em relação a Braga, os delatores afirmaram que havia uma combinação de pagamento de propina de 10% sobre o valor de cada obra da empreiteira. De acordo com Primo, eram feitas ameaças se houvesse atraso nos repasses. Braga teria recebido entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões, segundo estimativa de Nora de Sá.
Ao detalhar a licitação da Arena da Amazônia, Primo disse ter se encontrado, num hotel em Brasília, com o sucessor de Braga no governo do estado, Omar Aziz. O delator afirmou ter tentado negociar redução da propina e disse que, após fazer “um grande teatro” e ter se exaltado, Aziz aceitou a redução para 5% do valor das obras.
Segundo Sá, em outra reunião, em São Paulo, Omar Aziz pediu propina de R$ 20 milhões à construtora, alegando que a empresa tinha grande volume de obras no estado e que a verba seria usada para pagar despesas de campanha. O delator afirmou que, ao ouvir que não era possível, o então governador teria insistido de modo agressivo e afirmado que, se a propina não fosse paga, o governo estadual poderia “se vingar” da Andrade Gutierrez.
Eduardo Braga, que foi ministro de Minas e Energia do governo Dilma, afirmou, por meio de nota, que a denúncia é “absurda” e que está indignado e se sentindo ofendido com as acusações. O senador Omar Aziz declarou que seguiu rigorosamente o valor da construção da Arena Amazônia determinada pelo Tribunal de Contas da União.
Ainda segundo a reportagem, os ex-executivos da Andrade Gutierrez também afirmaram que teria havido pagamento de propina referente a obras da construção do Estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Nora de Sá disse que autorizou os pagamentos combinados com Arruda mesmo após o ex-governador ser afastado do cargo. Na época, Arruda foi preso, acusado de tentativa de suborno, e teve seu mandato cassado. O delator revelou ainda suposta propina para o ex-governador Agnelo Queiroz, do PT. Já Clovis Primo disse na delação que não havia um acerto fixo de propina para Agnelo, mas que o ex-governador fez pedidos de pagamentos ao PT. Os advogados de José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz negaram as acusações..