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Estado de Minas

Abalo nas relações diplomáticas são 'casos isolados', avalia especialista

"Pode ser que haja algum agravamento na troca com um país ou outro, mas que sejam apenas casos isolados e que haja normalização ao se atingir a compreensão das circunstâncias", avalia Rafael Benke, presidente do Conselho Curador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri)


postado em 16/05/2016 08:37 / atualizado em 16/05/2016 08:58

Rio - As relações diplomáticas e econômicas entre o Brasil e países que rejeitam o afastamento da presidente Dilma Rousseff poderão ser abaladas pelo processo de impeachment, mas serão casos isolados e passíveis de reversão mais adiante. A avaliação é de Rafael Benke, presidente do Conselho Curador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri). Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Benke recomenda "serenidade de todas as partes".

"Pode ser que haja algum agravamento na troca com um país ou outro, mas que sejam apenas casos isolados e que haja normalização ao se atingir a compreensão das circunstâncias", opinou.

Na sexta-feira, 13, o novo ministro das Relações Exteriores, José Serra, divulgou notas de repúdio a declarações de países da América Latina e do secretário-geral da União das Nações Sul-americanas (Unasul), Ernesto Samper, que criticaram o processo de impeachment que levou ao afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) e a ascensão do vice Michel Temer (PMDB) a presidente da República em exercício.

Nas notas, o Ministério das Relações Exteriores cita a Unasul e os governos de Venezuela, Cuba, Bolívia, Equador e Nicarágua. Um dos documentos afirma que Samper apresentou argumentos errôneos, que "deixam transparecer juízos de valor infundados e preconceitos contra o Estado brasileiro". Na segunda nota, o Itamaraty declara que "rejeita enfaticamente as manifestações dos governos da Venezuela, Cuba, Bolívia, Equador e Nicarágua, assim como da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), que se permitem opinar e propagar falsidades sobre o processo político interno no Brasil".

"É um tom forte em resposta a um tom certamente forte e invasivo", observou Benke.

Quanto às críticas dos países da América Latina ao impeachment, o presidente do Cebri classifica como inapropriadas e vê ingerência sobre um processo institucional que ainda está em andamento no País. "É um grau de ingerência forte e não apropriado pelo tom e conteúdo, sobretudo sobre um processo que ainda está em curso", avalia.

Benke alerta que o processo de impeachment não é simples e, embora seja um assunto doméstico, é necessário dar transparência e passar informações à comunidade internacional. "O processo de impeachment é complexo e se faz necessária uma ação diplomática ampla para que se traga transparência em relação ao mesmo junto a comunidade internacional."


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