"É muito importante que o governo corte na carne gastos que podem ser evitados, não essenciais. Votei contra a CPMF como senador e mantenho a minha coerência", disse Perillo. Para ele, Temer tem que aproveitar o início de seu mandato, em que tem "gordura para queimar", e investir nas reformas estruturais e ajustes na economia.
Nas reformas, Perillo afirma que a prioridade é a da Previdência, seguida pela trabalhista, dois fatores que vêm travando o desenvolvimento do Brasil. Já a reforma tributária, também essencial, precisa ser mais debatida, pois falta consenso entre os Estados.
"Infelizmente perdemos 14 anos no Brasil sem reformas. É preciso reconquistar esse espaço perdido, focando para valer. Sem essas reformas, o País não vai sair da situação em que se encontra", disse o governador aos jornalistas. Perillo reconheceu que as reformas estruturais são todas "muito difíceis e polêmicas, mas absolutamente necessárias" para tirar o Brasil da recessão.
Perillo se disse um "otimista moderado" com o governo de Temer. A aprovação do processo de impeachment tanto no Senado como na Câmara por margens acima do previsto indicam que o peemedebista terá capital político suficiente para aprovar as medidas no Congresso, mas o governador disse que também é preciso ter cuidado, pois alguns parlamentares favoráveis ao impedimento de Dilma Rousseff não concordam com algumas medidas econômicas necessárias.
"Eu espero que o Brasil não precise chegar ao estágio da Grécia para fazer reformas, é preciso fazer reformas antes", disse. Perillo fará na quarta-feira uma apresentação para investidores em Nova York. Nesta segunda, ele foi um dos presentes em um evento da Câmara de Comércio Brasil e Estados Unidos que teve palestras dos ex-presidentes do Banco Central Arminio Fraga e Carlos Langoni, e do economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros..