Salários: Dilma e Eduardo Cunha
O governo fazer o que é necessário é difícil. Se for na área econômica, é mais difícil ainda. Com seus pronunciamentos e entrevistas, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, conseguiu a proeza de unir o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, e o líder da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), ambos com o mesmo discurso contra o pacote da equipe econômica, agora do governo de Michel Temer (PMDB).
E por falar no presidente, Temer prega que quer “criar empregos e pacificar o país”. Henrique Meirelles defende a criação de um novo imposto, na já altíssima carga tributária brasileira. Como criar empregos assim? Porque pacificar o país, especialmente o empresariado, é impossível com essa medida.
Enquanto o governo promete cortar gastos, diminuir o número de ministérios e fala em demitir 5 mil funcionários que não têm estabilidade, a Câmara dos Deputados dá mau exemplo.
Mantém para Eduardo Cunha – é, ele mesmo, o presidente da Casa que foi afastado não só da presidência, mas também do mandato – salário integral de R$ 33.763 por mês, R$ 92 mil para os funcionários do gabinete, carro oficial, avião da Força Aérea Brasileira (FAB), equipe de guarda-costas (disso ele precisa mesmo), entre outras regalias.
O primeiro-secretário da Câmara dos Deputados, Beto Mansur (PRB-SP), que é quem cuida desta área, mirou-se no exemplo e deu a sua desculpa, dizendo: “O Eduardo só teve o que a Dilma teve”. Então ficamos assim, dois salários iguais: na Presidência da República e na presidência da Câmara dos Deputados. A conta é sua.
Aliás, voltando à economia propriamente dita, mais um imposto vai onerar ainda mais os brasileiros, que já pagam muito, não custa repetir. Não é deste jeito que a promessa de resgatar o crescimento da economia vai ser concretizada.
Enfim, presidente novo, vida nova. Quem sabe ele dá sorte e a recessão – que é generalizada mundo afora – dê, pelo menos, um fôlego? Não é, no entanto, o que parece que vai acontecer. Infelizmente.
Mosquito na pauta
O mosquito da dengue voa hoje para o plenário da Câmara dos Deputados. Calma, gente. É que o primeiro item da pauta trancada por medidas provisórias é exatamente a MP que define as ações de combate ao mosquito transmissor do zika vírus e da dengue. E o relator da comissão mista é um mineiro. Quem fará o parecer é o deputado Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG). A medida provisória cria o Programa Nacional de Apoio ao Combate às Doenças Transmitidas pelo Aedes (Pronaedes). Não dá para resistir ao trocadilho, que é sério. Deveria ser uma medida permanente.
A voz do leitor
“Sou leitor assíduo de sua coluna e a tenho como boa fonte de informação, uma vez que você acompanha bem o cenário político e nos repassa notícias muito úteis. Porém, na coluna de 14 de maio, na minha opinião, você comentou um equívoco que julgo perfeitamente admissível para quem lida no jornalismo de hoje, que tanto exige de seus profissionais. No comentário “A bênção e a padroeira”, considerei deselegante citar que o papa sabe quem é a padroeira do Brasil”.
Ainda do leitor
“Por outro lado, mantendo o bom nível da coluna, houve uma informação que eu, embora católico, desconhecia, a de que foi Pio XI foi quem instituiu Nossa Senhora da Conceição Aparecida como padroeira do Brasil”.
De viva voz
O deputado estadual Lafayette (PSD) – assim mesmo, sem o Andrada, embora seja da família – é candidatíssimo a prefeito de Juiz de Fora. E já está em campo. Reuniu na sede do partido cerca de 60 candidatos a vereador de partidos aliados – PSD, PSDC, PTC para confirmar, de viva voz e com cuidado, que é “pré-candidato”. Tanto que fez discurso de quem já subiu no palanque: “A cidade precisa retomar o crescimento urgentemente. Isso só será possível com muito trabalho, união e esforços de todos”.
Aquele que tem compromisso com os direitos humanos deve combater qualquer tipo de preconceito. Não é só sobre o povo negro”
Do senador Paulo Paim (PT-RS), que citou vários tipos de discriminação e fez questão de protestar contra o fato de que não há mulheres no ministério do governo de Michel Temer.
PINGAFOGO
Em três anos, a participação popular no processo legislativo do Senado por meio da apresentação de propostas de leis e de emendas à Constituição aumentou quase quatro vezes.
As sugestões dos cidadãos passaram de 398 em 2012 para 1.562 em 2015. E este ano devem bater o recorde de novo. De janeiro a 12 de maio deste ano, já havia o registro de 1.125 novas ideias.
É preciso registrar.
Atendendo a requerimento do deputado Fred Costa (PEN), a Assembléia Legislativa faz hoje audiência pública para discutir problemas na manutenção da iluminação pública em Belo Horizonte.
Fred Costa condena a decisão da Aneel de transferir da Cemig para a Prefeitura de Belo Horizonte a gerência da iluminação pública. “Possivelmente, a transferência de responsabilidades pode ser a causa pela má administração da iluminação” alega.
É, pelo jeito, será necessário aparecer alguém, parlamentar ou não, para dar uma luz nesta polêmica toda.
.