O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) foi declarado persona non grata em sua terra natal, Campinas, interior de São Paulo. Concedido pela Câmara Municipal da cidade, o indesejado título vai ser enviado formalmente ao gabinete do deputado nos próximos dias. Ontem à noite, os vereadores aprovaram uma moção contra o deputado depois de terem sido chamados por ele de "otários" e "desocupados".
O autor da moção foi o vereador Pedro Tourinho (PT). Ele conta que logo após a votação do impeachment ele apresentou uma moção de repúdio contra a reverência de Bolsonaro a Ustra. "A proposta foi rejeitada pela maioria absoluta, mas isso repercutiu muito mal entre a população. Pressionados, um grupo de vereadores pediu que eu a apresentasse de novo. Eu então apresentei de novo, no dia 25 de abril, e ela foi aprovada, o que irritou o deputado", afirmou o vereador.
Ustra foi comandante do Destacamento de Operações Internas (DOI-Codi) de São Paulo no período de 1970 a 1974. Em 2008, tornou-se o primeiro militar a ser reconhecido pela Justiça brasileira como torturador durante a ditadura.