A defesa do ex-presidente afirma que as acusações são falsas, que Delcídio não tem provas e que a entrevista do ex-parlamentar, ao vivo na noite desta segunda-feira, 16, não é ‘compatível com as obrigações por ele assumidas no acordo de delação premiada’.
“As afirmações feitas por Delcídio do Amaral em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o programa são mentirosas, como são mentirosas aquelas contidas no próprio termo de delação premiada.
Os defensores de Lula afirmam que o acordo de Delcídio prevê ‘recolhimento domiciliar’ e que o ex-parlamentar só pode deixar sua residência com comunicação prévia. Além disso, os advogados afirmam que o ex-senador não apresentou nenhuma prova do envolvimento de Lula em ilícitos e que o ex-presidente nunca teve reuniões secretas com Delcídio.
“Ao ser indagado durante o programa, de forma objetiva, se tinha provas sobre suas acusações, Delcídio do Amaral não apresentou resposta. A mesma situação ocorreu durante os depoimentos prestados ao Ministério Público Federal, em que Delcídio do Amaral, ao fazer referência a Lula, apresentou apenas arquivos com uma suposta agenda fazendo referências a reuniões marcadas com o ex-presidente”, diz a nota.
“Lula não teve reuniões secretas com o ex-senador nem tinha motivos para isso. Os encontros com o então líder do governo foram confirmados por Lula em depoimento à Procuradoria-Geral da República. Delcídio ‘prova’ o que não é preciso provar e mente sobre o conteúdo das conversas”, segue o texto que afirma ainda que o ex-presidente e seus familiares foram alvos de ‘medidas arbitrárias’ e que Lula atuou intensamente enquanto presidente para intensificar o combate à corrupção no País.
O ex-líder do governo Dilma também declarou durante o programa que o PT “não inventou a corrupção na Petrobras”. Delcídio, que atuou durante décadas no setor energético, afirmou contudo que, com o Partido dos Trabalhadores, houve uma ‘sistematização’ da atuação partidária para operar desvios na Petrobras e em outras estatais.
Preso em 25 de novembro de 2015 por tentativa de obstrução da Lava Jato, Delcídio Amaral fechou um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República e fez uma das mais graves delações contra políticos acusados de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras e também em outros esquemas que deram origem a novas investigações contra parlamentares no âmbito do Supremo Tribunal Federal..