Prefeito de Guanhães aciona a Justiça de Minas para tentar suspender seu impeachment

Câmara Municipal convocou para amanhã votação do pedido de cassação do prefeito, acusado de pedaladas fiscais

Alessandra Mello
Prefeito Ladinho discursa na Câmara Municipal - Foto: Divulgação/Prefeitura de Guanhães
O prefeito de Guanhães, Geraldo José Pereira (PP), conhecido como Ladinho, entrou com um mandado de segurança no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para tentar suspender a votação de seu impeachment amanhã (19) pela Câmara Municipal. A relatora do pedido de suspensão é a desembargadora Hilda Teixeira Brandão. O processo está concluso para despacho, mas ainda não houve decisão, o que pode acontecer a qualquer momento.

Alvo de 32 denúncias de improbidade administrativa feitas pelo Ministério Público, o prefeito pode ser afastado por pedaladas fiscais e por não ter respondido a pedidos de informação solicitados pelos vereadores. As irregularidades foram classificadas como crime de responsabilidade. O procurador da Câmara de Guanhães, Henrique Guilherme Pereira Bretas de Souza, disse que o pedido de abertura de uma comissão processante contra o prefeito foi apresentado por Jackson Bruno Silva Oliveira, morador da cidade e aprovada por unanimidade por todos os 13 vereadores.

O autor alega que o prefeito atrasou o repasse dos recursos devidos pelo município para a manutenção da Câmara, atrapalhando os trabalhos do legislativo. Em agosto, o repasse para a Câmara foi feito no dia 22 e em setembro no dia 25. Pela legislação federal, essa transferência tem de ser feita até o dia 20 de cada mês.
Segundo o procurador, caso o relatório seja pela cassação, são necessários nove votos.

O teor do relatório que pode ser votado amanhã está sendo mantido em sigilo por sua autora, a vereadora Elisângela Padilha Sette Nunes, que já foi da base do prefeito, mas hoje está na oposição. Integrante do Movimento Ficha Limpa Guanhães, Evandro Alvarenga disse que a população está sendo convocada para lotar a Câmara e pressionar pelo afastamento de Ladinho. Ele aposta que o relatório vai ser pela cassação, mas diz que hoje eles ainda não tem os votos necessários para afastar o prefeito. "Isso só vai acontecer se houver pressão da população".

Ano passado, integrantes do primeiro escalão da prefeitura foram presos a pedido do MP por suspeita de fraudes em contratos e licitações. O MP chegou a abrir 63 inquéritos para apurar cobrança de propina e irregularidades nos contratos firmados pelo município.
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