Estudantes ligados ao PT assumem o comando do DCE da PUC Minas

Desde a última eleição, em 2009 disputa era marcada por chapa única e brigas na justiça

Alessandra Mello
Chapa que ganhou disputa pelo comando do DCE da PUC-MG comemora vitória - Foto: Divulgação/Facebook
Depois de uma longa disputa judicial e de duas eleições com chapa única, foi eleito ontem o novo comando do Diretório Central dos Estudantes (DCE)da Pontifícia Universidade Católica, campus do Coração Eucarístico, zona noroeste da capital mineira. Comandado desde 2010 por estudantes ligados ao PSDB, o mais importante diretório de uma das maiores universidades de Belo Horizonte passa agora para o comando do PT e PCdoB, repetindo uma disputa que acontece também na luta por cargos eletivos.

Com 1956 votos, foi eleita a chapa “DCE por todos os cantos”, formada por correntes do PT e representantes de movimentos sociais estudantis e da juventude, como o Levante Popular da Juventude, União da Juventude Socialista e Kizomba. O diretório vai ser presidido pela estudante de jornalismo Thainá Nogueira. A vice também é uma mulher, Mariana Rebelo, estudante de arquitetura e urbanismo.

Em segundo lugar na disputa ficou a Novos Rumos com 774 votos. A chapa representante do atual grupo que comandava o DCE desde 2010 , batizada de “PUC sem partido” teve 426 votos e ficou em terceiro lugar na disputa. Em quarto ficou a “Renovação” com 202 votos. Ao todo foram inscritas cinco chapas, mas uma desistiu.
A eleição terminou na madrugada de hoje e a posse da nova gestão está marcada para o dia 1°. Ano passado, houve uma tentativa de eleição com a inscrição de mais de uma chapa, mas ela acabou na Justiça e depois de idas e vindas acabou não acontecendo.

A expectativa é que haja acordo com o atual comando para que a transmissão do cargo ocorra sem problema. A eleição chegou a ser marcada por briga e violência entre os integrantes da chapa. Depois desse incidente, em que até a Polícia teve de intervir, diretório estava sem comando. Mas no fim do ano, ele foi reassumido por integrantes da gestão tucana e, após um acerto, a eleição foi marcada, a comissão eleitoral formada. Nas vésperas da eleição, uma liminar tentou impedir a votação alegando falhas no edital, mas ela foi cassada pelo advogado de uma das chapas, Magnun Lamounier, e encerrada ontem. Ele disse que vai entrar essa semana no Tribunal de Justiça com um pedido de reconvenção para que a justiça considere a eleição válida evitando novas disputas. “Mas o atual comando já deu sinais de que vai respeitar o resultado da votação”, alega.

De acordo com a vice-presidente eleita, o diretório desde 2009, quando o comando foi assumido pelo hoje deputado federal Caio Nárcio (PSDB-MG), atuava mais como um prestador de serviço, deixando de lado a discussão sobre temas importantes para a universidade. “O DCE não pode ser só isso. Ele tem a função de garantir que a nossa passagem pela universidade seja muito mais que uma formação profissional, seja também política e social”, afirma Mariana.

Os representantes da chapa que representou o atual comando do diretório não foram localizados pela reportagem para comentar o processo eleitoral. O atual presidente do DCE, Raphael Henrique da Cruz Barbosa, também não foi encontrado.

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