O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que "as medidas de austeridade (fiscal) estão aí para ficar." Antes de participar de reunião com o presidente em exercício Michel Temer e o ministro Romero Jucá, do Planejamento, Meirelles destacou que tais ações por parte do governo "serão fundamentais para o equilíbrio das contas públicas, e mais importante, para que isso sinalize uma volta da confiança, do crescimento."
Na avaliação do ministro da Fazenda, o retorno da confiança ao País será essencial para o aumento dos investimentos, do consumo, das vendas. "É um ciclo virtuoso que pode levar ao crescimento, que é exatamente a inversão do processo atual que foi gerado por uma queda da confiança da economia."
Para Meirelles, as medidas visam que o "o aumento das despesas no futuro seja menor e que possamos ter um Estado brasileiro totalmente financiável no futuro, com finanças equilibradas e uma trajetória de dívida pública sustentável."
Meirelles destacou que entre as medidas que serão anunciadas na próxima segunda-feira, 23, pelo governo não estará a proposta da reforma da Previdência Social, que está em estudos, contará com a análise de uma comissão formada por centrais sindicais, o Poder Executivo e especialistas e será divulgada no devido tempo.
O ministro da Fazenda mostrou-se otimista com a receptividade do Congresso Nacional sobre as medidas de austeridade fiscal que serão apresentadas pelo governo. "Espero do Congresso que entenda as necessidades do povo brasileiro e das finanças publicas. Acredito que será uma negociação muito produtiva, todos os contatos que tenho tido até o momento são muito positivos." Meirelles destacou que eventualmente está conversando com lideranças no parlamento e que "a receptividade é boa."
Jucá
O ministro do Planejamento, Romero Jucá, destacou que a apresentação do déficit primário de R$ 170,5 bilhões para este ano foi a constatação de um quadro fiscal de extrema dificuldade. "Agora, vamos começar a operar medidas que melhorem essa dificuldade até fazermos a travessia para outro tipo de situação que é o ideal: equilíbrio fiscal, geração de empregos, crescimento econômico, enfim, credibilidade, estabilidade e segurança jurídica."
Jucá apontou que há grande diálogo entre os ministros sobre as medidas que devem ser anunciadas na próxima segunda-feira, com destaque para o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente da Republica em exercício, Michel Temer. "Temos bastante discussão, a palavra final é do presidente da República", comentou.
O ministro do Planejamento apontou que as medidas que estão no foco do governo atuam em diversas linhas diferentes. "Desde a contenção de gastos, limitação de despesas, mudança do quadro de endividamento", disse. "São muitos assuntos, cada um terá seu calendário próprio. Mas estamos formulando saídas para que o Brasil possa sair rapidamente desta crise."
O ministro fez os comentários antes de participar de reunião com o presidente Michel Temer e com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em São Paulo.