Conversei com o presidente Temer sobre a decisão de recriar o Ministério da Cultura. O compromisso dele com a Cultura é pleno, afirmou Mendonça no Twitter. A decisão é um gesto do presidente Temer no sentido de serenar os ânimos e focar no objetivo maior: a cultura brasileira. Dias antes, porém, o próprio ministro da Educação havia defendido a fusão das duas pastas, alegando que isso fortaleceria a cultura.
Ontem, Mendonça disse à Coluna do Estadão que setores radicais, cujo propósito não era e não é discutir políticas públicas, queriam apenas gerar desgaste para o governo e, por isso, o melhor seria pôr fim à polêmica. Essa coisa começou a ter um viés de exploração política, de uma luta de alguns segmentos da cultura do Brasil que não valia a pena continuar com este assunto na agenda.
Umas das vozes que resistia a ceder à pressão era a do ministro Geddel Vieira Lima (Governo), que externou sua posição também pelo Twitter: Fui vencido Internamente. Como governo defendo a decisão adotada.
Debate
Temer buscou ao longo da semana uma resposta à pressão contra o fim do MinC.
A fusão das pastas de Educação e Cultura foi tomada no mesmo dia em que Temer assumiu o exercício da Presidência. Em seu primeiro ato, ele reduziu os ministérios de 32 para 23 e disse que não tinha medo de ser impopular. Entre os cortes, o da Cultura foi o de maior repercussão. A decisão gerou revolta na classe artística, protestos em diversas capitais e críticas até no meio político.
Um dia após tomar posse, o então ministro da Educação e Cultura foi recebido com vaias pelos funcionários do setor. Os servidores levantaram cartazes e gritavam: O MinC não cabe aqui, o MinC é grande e não dá pra extinguir. Movimentos sociais realizaram ações em São Paulo, Brasília, Rio, Porto Alegre, Fortaleza e outras capitais, com protestos e ocupação de prédios públicos.
Artistas consagrados também criticaram a medida. O cantor Caetano Veloso classificou a decisão como retrógrada. A atriz Fernanda Montenegro disse que Temer pagaria caro. Enquanto este governo existir, vai sofrer um protesto violento e eu estarei nele, afirmou. Por outro lado, a atriz Regina Duarte se declarou a favor da extinção do MinC.
No meio político, as cobranças vieram do próprio PMDB.
O Estado de S. Paulo..