Segundo Jucá, o governo Temer agiria para "estancar a sangria" representada pela Operação Lava-Jato. Jucá e Machado também são investigados nessa operação.
De acordo coma reportagem, essa gravação foi feita em março deste ano, semanas antes de a Câmara dos Deputados votar pela admissibilidade do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Hoje, o processo está sendo julgado pelo Senado, sob a presidência do Supremo Tribunal Federal.
A gravação em poder da Procuradoria-Geral da República teria 1h15 de duração. Por meio de sua assessoria, o ministro Jucá disse que o diálogo mantido com o ex-presidente da Transpetro dizia respeito a um pacto para "destravar a economia do país". Ele negou que a conversa dissesse respeito à Lava-Jato.
O advogado de Jucá, o criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, também disse que o seu cliente "jamais pensaria em fazer qualquer interferência" na Lava-Jato e destacou que ele não tratou do assunto com ministros do STF. Machado não foi localizado para comentar a reportagem.
Gravação
Na gravação, Jucá disse, sem citar nomes, disse que tinha conversado com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a necessidade de brecar as investigações da Lava-Jato.
Em outro trecho da conversa, Machado disse que Jucá e aliados estariam na mira do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. "Ele (Janot) está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho... Ele (Janot)acha que sou o caixa de vocês", disse Machado, em um trecho da gravação liberado pela reportagem da Folha de S. Paulo.
Jucá é citado em delação premida do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. O ex-diretor delatou a participação de Jucá em recebimento de propina efetuado por empreiteiras beneficiadas por contratos na Petrobras. Machado também foi citado por Paulo Roberto Costa ainda no início da Lava-Jato. Na ocasião, ele perdeu o cargo que ocupou na Petrobras por dez anos.
Sérgio Machado
Sérgio Machado deixou a diretoria da Transpetro, depois de cerca de dez anos, sob suspeita de ter repassado propina de empresas, em contrato com a estatal petrolífera, a políticos do PMDB. Ele confirmou em depoimento à Polícia Federal que foi indicado pelo PMDB nacional para este cargo, como disse em depoimento à Polícia Federal. Machado é alvo de inquérito no STF.
Com Agência Estado.