O ex-senador Delcídio do Amaral acabou preso em novembro do ano passado por causa de uma gravação em que oferecia dinheiro à família do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para que ele não fizesse delação premiada. Depois de sair da prisão, ele teve o mandato cassado pelo Senado Federal. No áudio, gravado por Bernardo Cerveró, filho de Nestor, Delcídio oferece até mesmo uma rota de fuga para o empresário escapar da punição na Operação Lava-Jato.
Outro petista que foi apanhado em gravação foi o ex-ministro da Educação Aloízio Mercadante. O assessor de Delcídio, José Eduardo Marzagão, gravou conversas com Mercadante na qual o então ministro oferece ajudar para livrar o ex-líder do governo da prisão e da perda do mandato. Na conversa divulgada em março, Mercadante diz que Delcídio não deveria fazer movimentos precipitados e afirma que “em política tudo pode”.
Lula e Dilma também foram expostos em gravações em março, assim que a presidente afastada anunciou que seu antecessor seria ministro. Nas conversas reveladas na Operação Lava-Jato, Dilma oferece o “termo de posse” ao petista e diz que ele deve usá-lo somente em caso de necessidade. Na interpretação dos investigadores da Lava-Jato, seria uma forma de Dilma interferir, livrando Lula de uma possível prisão preventiva, que havia sido pedida pelo Ministério Público de São Paulo.
Até a esposa de Lula, Dona Marisa Letícia, foi gravada em conversa com seu filho Fábio Luís. Nela, a ex-primeira-dama chama os adeptos dos panelaços de coxinhas e manda eles enfiarem o artefato “no c...”. Na gravação, o filho de Lula diz que a família está no olho do furacão e lhe perguntava se teve muito protesto.
Em uma outra conversa em março, o ex-ministro Jaques Wagner conversa com o presidente do PT, Rui Falcão, sobre a ida de Lula para o ministério. Falcão diz que o governo precisa tomar alguma iniciativa pois o pedido de prisão do companheiro está nas mãos de uma juíza da 4ª Vara de SP. A escuta reforçou a tese de que a nomeação de Lula era para impedir uma possível prisão. .