"Pode ter havido prevaricação por parte do procurador-geral da República. Se a sociedade soubesse que estava em curso um processo de chantagem isso poderia ter tido outro desdobramento. Isso deveria ter sido levado pelo menos aos ministros do STF, que votaram sem saber", comentou. Pimenta acredita que há um arquivo maior de gravações envolvendo outros políticos do PMDB e do PSDB. De acordo com o petista, o partido ainda está estudando quais medidas jurídicas tomar sobre o caso, mas uma das primeiras deverá ser um pedido judicial para a legenda ter acesso ao "material completo".
Pimenta fez uma comparação com o caso do ex-senador Delcídio Amaral, que foi preso acusado de obstruir as investigações da Operação Lava Jato - na época, também foi divulgada uma gravação feita às escondidas em que o então parlamentar oferecia uma mesada ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para que ele não fechasse acordo de delação. "As gravações revelam algo ainda maior.
"Em nenhum momento na gravação Jucá fala sobre a importância do impeachment para melhorar o País, e sim para barrar as investigações e criar um fato político, que sensibilizasse vários ministros, com os quais, segundo Jucá, ele já estava conversando", disse Pimenta. O parlamentar afirmou que "se o STF tiver o mínimo de coerência com o caso Delcídio, convocará uma sessão extraordinária e tomará alguma medida hoje mesmo".
Ele acusou também o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de chefiar uma "organização criminosa" na Câmara, que teria conduzido o processo de impeachment para tentar evitar a sua cassação, também com a participação de senadores. O petista insinua que houve chantagem, troca de favores e compra de votos durante o impedimento de Dilma no Congresso, o que teria ficado claro com a gravação de Jucá e poderia anular todo o processo..