Associação de delegados federais reclama de interferências na Lava-Jato

Em nota, entidade demonstra 'preocupação' com diálogos em que o ministro do Planejamento, Romero Jucá, teria sugerido pacto para deter investigações

Isabella Souto
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) divulgou nota na tarde desta segunda-feira em que manifestou “preocupação” com os diálogos nos quais o ministro do Planejamento, Romero Jucá, teria sugerido um pacto no governo para deter as investigações da Operação Lava-Jato.


“A entidade já havia alertado para as repetidas tentativas de interferência política no trabalho da Polícia Federal e repudia qualquer ato no sentido de impedir a continuidade de uma das mais importantes investigações em curso no Brasil”, diz trecho da nota.

Diante disso, a entidade defendeu a aprovação da PEC 412/09, em tramitação no Congresso Nacional, que prevê a autonomia orçamentária, administrativa e funcional da PF, considerados pela categoria como pontos fundamentais para a atuação da PF.

A associação também quer que o governo escolha o novo diretor-geral da Polícia Federal com base na lista tríplice em elaboração pelos delegados federais, para um mandato de três anos e com a possibilidade uma reeleição.

A votação para a formação da lista está marcada para 30 de maio. No dia 1º de junho a ADPF informará os nomes mais votados ao presidente Michel Temer (PMDB) e ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes..