Segundo Temer, é possível neste primeiro momento trabalhar com o pagamento de até R$ 100 bilhões. "Estamos fazendo toda avaliação jurídica para verificar se não há irregularidade para trazer R$ 100 bilhões para os cofres públicos", disse, ressaltando que "a única coisa" que o governo não pode fazer é praticar um ato jurídico que permita que "acusações que se deram no governo anterior voltem a acontecer". "Não haverá nenhuma hipótese de irregularidade", afirmou. De acordo com o presidente em exercício, a medida pode significar R$ 7 bilhões ao ano para o Tesouro Nacional.
Temer disse ainda que o governo vai apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limitará o crescimento da despesa primária total. "Está sendo redigido e acredito que até semana que vem teremos completado esse trabalho", afirmou. Segundo Temer, a proposta é de que um limite para crescimento da despesa seja equivalente à inflação do ano anterior.
Previdência
Temer afirmou que o governo não vai mudar as regras da Previdência sem concordância da sociedade. "Não foi sem razão que chamamos as centrais e criamos um grupo para examinar o que é possível fazer", disse. Um grupo semelhante ao mencionado por Temer, o Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e de Previdência Social, foi organizado no governo da presidente afastada Dilma Rousseff. A reforma da Previdência pretendida pelo ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa estava sendo discutida nesse fórum.
Ao lado do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e do interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, o presidente em exercício disse que grande parte da população está a favor de medidas pré-anunciadas para a Previdência. "Proposta será apresentada quando houver concordância de amplíssima maioria", disse.
Subsídios
Segundo o presidente em exercício, nenhum ministério poderá, a partir de agora, apresentar um programa que aumente nominalmente os subsídios pagos pelo Tesouro Nacional nos programas do governo.
"Só poderá fazer se houver compensação em outra atividade", disse Temer. O impacto da medida, segundo Temer, será de R$ 2 bilhões por ano. A proposta é regulamentar essa política para definir os critérios.
"Estamos tomando medidas iniciais. Outras medidas virão", afirmou. O presidente em exercício refutou a ideia de que são poucas as medidas. "Outras medidas tantas virão", insistiu.
Ele enfatizou que o primeiro objetivo das propostas é a retomada do crescimento para permitir o aumento do emprego. E, dessa forma, alçar pessoas que vivem na pobreza à classe média..