"Qualquer representação é legítima. Agora, se nós formos ver os autores, um dos autores é um bandido, que a mulher está sendo presa hoje, provavelmente, o senador Telmário Mota, porque roubou dinheiro na Assembleia Legislativa para sustentá-lo. Portanto, ele é um desqualificado. E o outro é o Carlos Lupi (presidente nacional do PDT), que não merece nenhum tipo de comentário. Então partindo do PDT qualquer tipo de representação, considero uma brincadeira", disse Jucá, sem dar detalhes das acusações.
Na representação protocolada nesta terça, Telmário usa como embasamento trechos da conversa entre Jucá e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado (PMDB-CE) divulgados nessa segunda-feira, 23, pelo jornal Folha de S.Paulo. No diálogo, o senador peemedebista propõe um "pacto" do governo Michel Temer para estancar as investigações da Lava Jato.
De acordo com Jucá, a conversa com Machado ocorreu "de manhã cedo", em sua residência, em Brasília, enquanto tomava café. Na conversa, o senador afirma que os dois também falaram sobre outros assuntos políticos e econômicos, entre eles, o processo de "remontagem" do PMDB. "Tudo o que eu disse ali, vou explicar amanhã (no plenário do Senado)", afirmou o ex-ministro do Planejamento.
Jucá evitou criticar diretamente Machado pela divulgação do áudio. Na avaliação do senador, cabe ao o ex-presidente da Transpetro explicar as gravações. "Se ele teve a capacidade de gravar várias pessoas da forma que gravou, não me cabe discutir (nos bastidores, fala-se que ele gravou o presidente do Senado, Renan Calheiros). Não vou avaliar o comportamento de ninguém. Portanto, se ele tomou essa posição, ele que deve explicar", disse.
Defesa
Jucá afirmou que irá se defender na quarta-feira, 24, no plenário do Senado das acusações que vem sofrendo após o vazamento do áudio de uma conversa com o ex-senador Sérgio Machado. "Tratarei amanhã no discurso do plenário do Senado (as acusações) e estarei a disposição para debater", afirmou.
Jucá manteve o discurso de que tudo que falou com Machado também disse à imprensa e reforçou que não fez nenhuma ação para impedir a Lava Jato. "Falei com ele apenas como senador da República", disse antes de reforçar que não cometeu nenhum ato de irresponsabilidade.
O ex-ministro disse ainda que encaminhou ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, uma correspondência onde solicita informações sobre possíveis crimes em sua fala com Machado. "Falei para o presidente em exercício, Michel Temer, que me afastei do ministério enquanto a PGR não responder essa questão", frisou..