O procurador do Ministério Público Federal (MPF) que atua na Operação Lava-Jato, Roberson Pozzobon, cobrou do Congresso Nacional uma resposta dura à corrupção que, segundo ele, se tornou um modelo de negócio nos contratos da administração pública. Segundo ele, mesmo diante do cenário “calamitoso” que o país atravessa, o parlamento está inerte.
Para ele, o Congresso Nacional tem duas opções para sair dessa “encruzilhada”. “Ele pode escolher em ser uma casa de reabilitação e cura para este sistema corrupto que infelizmente vivemos ou, por outro, pode ser uma casa leniente, uma casa que aceite a corrupção como regra de negócio jurídico e a cartelização como regra nos certames públicos. Espero que a primeira seja adotada”.
No final de março, o MPF entregou ao Congresso uma abaixo-assinado com dois milhões de assinaturas a favor de um pacote de dez medidas contra a corrupção, entre elas a criminalização do enriquecimento ilícito, aumento das penas e crime hediondo para corrupção de altos valores, celeridade nas ações de improbidade administrativa, reforma no sistema de prescrição penal, responsabilização dos partidos políticos e criminalização do caixa 2. Até agora as dez medidas estão paradas na Câmara dos Deputados. No Senado, 30 dos 81 senadores são alvos de processos e na Câmara 130 dos 553, a maioria por corrupção e desvio de recursos públicos.