Filho de Nárcio homenageou pai em votação do impeachment por 'decência e honestidade'

O deputado federal Caio Nárcio, ao votar favorável ao afastamento de Dilma, afirmou em seu discurso que o pai e o avó eram exemplo a ser seguido

Marcelo Ernesto


A prisão de Nárcio Rodrigues, ex-deputado federal, ex-presidente do PSDB mineiro e ex-secretário de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais na gestão de Antônio Anastasia, fez com que o discurso do filho dele, o deputado federal Caio Nárcio (PSDB), no dia da votação da admissibilidade do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) repercutisse.
Na ocasião, Caio – que apareceu enrolado a uma bandeira do Brasil -, citou o pai e o avó para falar de exemplos de “decência e honestidade”. Esse é o segundo caso envolvendo parlamentares de Minas que evocaram parentes como referência de combate à corrupção e tiveram os homenageados  como alvo de operações que investigam irregularidades. 

  "Por um Brasil, aonde o meu pai e o meu avô dizem que decência e honestidade não era possibilidade, era obrigação. Por um Brasil aonde os brasileiros tenham decência e honestidade, por Minas, pelo Brasil, para os jovens que estão lá fora nas ruas 'verás que o filho teu não foge à luta'. Sim”, afirmou em tom enfático no Plenário da Câmara.

Após a confirmação da prisão de Nárcio, vários internautas relembraram o discurso e fizeram memória a outro episódio envolvendo parlamentares de Minas. A deputada Raquel Muniz (PSC) citou, quando declarou seu voto favorável ao impeachment de Dilma, o marido, Ruy Muniz (PSB) que é prefeito de Montes Claros, como referência em gestão e combate à corrupção. Ela só não contava que Ruy fosse preso já manhã seguinte pela Polícia Federal.
Ele, que atualmente está afastado do cargo, é acusado de usar recursos públicos para beneficiar hospitais que são da família dele.

O ex-deputado federal, ex-presidente do PSDB mineiro e ex-secretário de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, Nárcio Rodrigues, foi preso na manhã desta segunda-feira na Operação Aequalis, realizada em conjunto pela Polícia Militar e o Ministério Público do estado. Além do tucano, outras cinco pessoas foram detidas, entre elas o dono da Construtora Global Engenharia, Maurílio Reis Bretas. Todas as prisões são temporárias, ou seja, com prazo de validade de até cinco dias. As prisões foram em Belo Horizonte, Frutal, no Triângulo, e em São Paulo. A operação foi deflagrada em função de desvio de recursos públicos em obras da Fundação Centro Internacional de Educação, Capacitação e Pesquisa Aplicada em Água (Hidroex, localizada em Frutal, no Triângulo, cidade natal de Nárcio. .