Lava-Jato teve 108 cooperações internacionais em dois anos

Operação bate novo recorde com a participação de 35 países nas investigações. Mais de meio bilhão foram recuperado do esquema de fraudes da Petrobras

Maria Clara Prates
Entre vários recordes quebrados pela Operação Lava-Jato, que apura o desvio de recursos da Petrobras, se soma o elevado número de pedidos de cooperação internacional que chegou à casa de 108, em pouco mais de dois anos de trabalhos, em Curitiba (PR).
No total, 35 países – entre pedidos recebidos e apresentados – colaboraram com o Brasil para apuração dos crimes. De acordo com o Ministério Público Federal, a consequência dos acordos é a possibilidade de recuperar valores desviados pelo megaesquema de fraudes por meio de contratos com a petrolífera brasileira. Até agora, o MP contabiliza que R$ 545,9 milhões retornaram ao país.

Para o secretário de Cooperação Internacional da Procuradoria-Geral da República, Vladimir Aras, a cooperação entre países é um dos pilares de sustentação da Operação Lava-jato”. Segundo ele, a mesma importância que os acordos de delação premiada e de leniência. Aras destacou ainda a contribuição entre os órgãos públicos brasileiros tanto para as ações civis e penais. “O mundo hoje é mais cooperativo contra o crime graças a um marco normativo global mais claro e mais eficiente", atesta.

De recorde em recorde, a Operação Lava-Jato produziu mais de quatro dezenas de denúncias criminais contra mais de 200 pessoas. Em primeira instância, já foram apresentadas mais de 19 sentenças, sendo registradas 105 condenações que juntas ultrapassam mil anos de prisão.
No Supremo Tribunal Federal, a força-tarefa pediu a abertura de 59 inquéritos, 11 denúncias e 38 pessoas estão denunciadas. Ao todo, 134 pessoas com foro no Supremo são investigadas pela PGR.


.