Mais cedo, após reunião com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, Temer decidiu manter o ministro no cargo "por enquanto". Segundo fontes, o presidente em exercício disse que é essa a orientação "até segunda ordem".
De acordo com interlocutores, a avaliação é que o desgaste com a segunda queda seguida de um membro do alto escalão de Temer poderia ser mais danosa do que benéfica. Além disso, há a interpretação de que as manifestações contrárias ao nome do ministro "são políticas".
Silveira teve áudios de conversas com ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado divulgados ontem pelo 'Fantástico', na TV Globo. Nas conversas, há cerca de três meses, quando Silveira ainda era do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ele aconselha Machado e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre como deveriam agir em relação às investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Atualmente, Silveira comanda pasta estratégica para medidas de combate à corrupção no País.
Ontem, Silveira procurou o presidente no Palácio do Jaburu para se explicar e teria saído de lá convencido de que Temer lhe daria mais um voto de confiança.
Essa é a segunda semana seguida que o governo Temer começa tendo que resolver problemas relacionados ao alto escalão. Na segunda-feira passada, após o então ministro do Planejamento, Romero Jucá, ser flagrado em áudios com Machado falando em "estancar a sangria" na Lava Jato, Temer teve a primeira baixa em sua equipe. Jucá ficou apenas 12 dias no cargo e pediu licença do Planejamento para esclarecer os fatos.