Dilma estava ao lado da ex-presidente da Caixa Miriam Belchior - ela tem usado as redes sociais para rebater as políticas de Temer e o tema de hoje foi justamente o Minha Casa, Minha Vida. A petista disse que "é um absurdo que o presidente interino e provisório altere tão dramaticamente as políticas decorrentes do programa de governo que recebeu mais de 54 milhões de votos, em eleições diretas".
Segundo Dilma, os senadores - a quem caberá decidir sobre seu afastamento definitivo - já estariam sensibilizados com as mudanças no governo e isso pode ajudá-la a retomar o seu mandato. "Tenho certeza que o Senado da República já está percebendo os inúmeros retrocessos advindos das decisões equivocadas do governo provisório. Faremos todo o possível para reverter este quadro que só tem prejudicado a população, especialmente a que mais precisa", escreveu.
Dilma disse ainda esperar "um mínimo de consideração pelas famílias que mais precisam da casa própria". "Acreditamos que eles, do jeito que vão, são capazes de tudo", afirmou. Ao destacar que além de moradias, o programa habitacional é também gerador de empregos, a presidente afastada disse que "é uma temeridade mexer no Minha Casa Minha Vida".
A petista reconheceu que ainda há muito para se fazer pelo programa e afirmou que "o povo brasileiro não vai permitir que um governo interino comprometa esta conquista". Ao ser questionada se o novo governo poderia aumentar as parcelas de imóveis já comprados, Dilma respondeu: "Nós não sabemos até que ponto eles irão no desmonte do MCMV. Fique de olho! Nós estamos de olho".
A presidente afastada afirmou ainda que o governo Temer "já demonstrou ser contra qualquer subsídio para os mais pobres". "Além de acabar com o subsídio, o governo provisório vai reduzir o número de moradias que serão contratadas. É retrocesso na saúde, na educação, nos direitos humanos, na habitação, enfim... A população que mais precisa será a maior prejudicada. Mais uma vez fica claro quem paga o pato", escreveu Dilma.
Resposta
Logo após o bate papo virtual com a presidente afastada ir ao ar, o ministro da Cidades, Bruno Araújo, gravou um vídeo no Facebook para defender a pasta e afirmar que o andamento do programa Minha Casa, Minha Vida segue normal. Segundo ele, não há nenhuma previsão de suspensão das ações. "Nunca houve suspensão, e nunca foi tratado nada a respeito da matéria", disse.
Araújo reconheceu que o programa perdeu recursos, mas disse que está trabalhando para "amenizar isso da melhor forma possível". "O programa segue firme e pode melhorar muito. Há muito que ser aperfeiçoado. Todos nós estamos num grande esforço de fazer o programa seguir firme e ajudar a reduzir o déficit habitacional do País", afirmou o tucano..