A delegada Érika Marena, que integra a força-tarefa da Operação Lava-Jato e é especialista em combate a crimes financeiros e corrupção, foi a nome mais votada para ocupar o cargo de diretor-geral do Departamento de Polícia Federal, com 1.065, de um total de 1.338 votantes. Além dela, vão compor a lista tríplice para indicação para o cargo máximo da PF, os delegados que atuam em Minas, Rodrigo Teixeira, subsecretário de Defesa Social em Minas, com 924 votos, seguido do delegado regional de Montes Claros, Marcelo Freitas, com 685 votos. A escolha foi promovida pela Associação dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), que defende a autonomia ainda a independência administrativa e financeira da corporação, prevista na PEC 412, em tramitação no Congresso.
O ministro da Justiça, Alexandre Moraes, já se colocou contrário à indicação dos nomes propostos pelos delegados especiais – únicos com poder para ocupar a direção-geral da PF –, sob a alegação de falta de provisão legal. Ele confirmou a manutenção no cargo do atual chefe da PF, Leandro Daiello Coimbra, que tem baixa aceitação entre os delegados da corporação.
Para a ADPF, anúncia da permanência seria apenas uma estratégia usada pelo governo interino de Temer em razão da proximidade das Olimpíadas do Rio de Janeiro, que acontece em agosto. Além disso, dar continuidade à administração de Daniello poderia significar uma sinalização do governo interino de manutenção da Operação Lava-Jato.
Em sua fase atual, a investigação tem como alvo principal, cacifes do PMDB de Temer, como o senador Eduardo Cunha, presidente afastado da Câmara dos Deputados, o senador Renan Calheiros, presidente do Senado, senador Romero Jucá, ministro do Planejamento e os senadores Jader Barbalho e Valdir Raupp. Uma das alegações do PT era que com o governo peemedebista, a força-tarefa seria desmontada já que até o presidente Temer já foi citado em delações da Lava-Jato.