Sob as novas regras do governo interino de Michel Temer (PMDB-SP), a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) deixou de usar a termo presidenta, para se referir à presidente afastada Dilma Rousseff (PT).
O uso do feminino da palavra era uma exigência da petista, para marcar o fato de ter sido a primeira mulher a assumir a Presidência da República, no país. A mudança teve início na semana passada, quando os funcionários receberam orientação para mudar a forma de tratamento do cargo no feminino, tanto na televisão quanto na agência de notícias Brasil.
A nova orientação foi repassada primeiro à TV Brasil, que entrega a rede da EBC com a Agência Brasil e Radiobrás –, por meio de e-mail. O texto diz: “Por orientação da gerência executiva, informamos que a TV Brasil passa a adotar a forma presidente, independente do gênero. Deixamos, portanto, de usar presidenta”. Mesmo sem uma formalização da nova regra, a Agência Brasil se antecipou e adotou a norma. Em matéria publicada na segunda-feira, sobre a fala da presidente afastada durante lançamento do livro A resistência ao golpe de 2016. Em todo o texto, Dilma é chamada de presidente.
“Em discurso de mais de meia hora, a presidente ressaltou a atuação do seu governo em temas como o Bolsa família, Minha casa, minha ida, Mais médicos, Pré-sal e Petrobras”, afirma parte do texto.
A EBC confirmou a mudança e disse que o dois termos podem ser aplicados uma vez que tem previsão nas normas da língua portuguesa. “Sendo assim a EBC decidiu utilizar a terminologia presidente para adequar à linguagem que vem sendo praticado pelos demais veículos de comunicação do país”, diz em nota.
Crise
Um dos primeiros atos do governo interino de Michel Temer foi a troca de comando do EBC, assumido pelo jornalista Laerte Lima Rimolo, em substituição a Ricardo Melo. Melo afirma que a troca foi irregular por desrespeitar seu mandato de dois anos. Ele recorreu à Justiça, que ainda não se pronunciou. Rimolo, que já vem promovendo mudanças na EBC, foi chefe do setor de comunicação da Câmara por convite de Eduardo Cunha, presidente afastado da Casa, e também coordenador da campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) a Presidência da República..