Brasília - O presidente em exercício Michel Temer aproveitou a solenidade de posse dos presidentes dos bancos públicos e da Petrobras para fazer um balanço dos primeiros dias do seu governo interino e ressaltar o "cenário" em que encontrou o País, depois do afastamento da presidente Dilma Rousseff.
"O País se encontra mergulhado em uma das grandes crises de sua história. Problemas ocasionados por erros comprometeram a governabilidade e a qualidade de nossa gente", discursou Temer. Em seguida, citou que o desemprego já atinge mais de 11 milhões de pessoas, disse que a inflação ainda inspira vigilância e lembrou que o déficit - estimado em R$ 96 bilhões pelo governo anterior - ultrapassou a marca de R$ 170 bilhões na revisão da equipe do ministro Henrique Meirelles (Fazenda).
"Tenho a mais absoluta convicção de que é possível reverter esse quadro, retomar a confiança e o crescimento", afirmou. Temer disse que já apresentou ao País uma "agenda construtiva". O presidente em exercício listou como pontos dessa agenda redução no número de ministérios e a aprovação pelo Congresso da nova meta fiscal. E agradeceu aos parlamentares da base aliada pela primeira "vitória" do governo.
Temer afirmou que o governo deve enviar um projeto estipulando um teto para os gastos públicos, mas disse garantir que os porcentuais de recursos destinados à saúde e educação não serão modificados. "Todas essas medidas não reduziram da noite para o dia nossos imensos problemas", reconheceu. "Mas é preciso retomar a confiança, o caminho do crescimento econômico e da geração de empregos", completou.
O presidente pediu um "pensamento unitário" para enfrentar a crise pela qual o País passa. "Darmos as mãos para juntar os contrários, colocar os interesses do Brasil acima dos interesses dos grupos", discursou.
Temer deu posse a Paulo Caffarelli no Banco do Brasil; Gilberto Occhi na Caixa Econômica Federal; Maria Silva Bastos Marques no BNDES; Pedro Parente na Petrobras; Ernesto Lozardo no IPEA e Paulo Rabello de Castro no IBGE.