Foi Michel Foucault quem escreveu que "o discurso não é simplesmente aquilo que se manifesta ou oculta o desejo, é também aquilo que é o objeto do desejo". Na manhã desta quarta, na posse de novos presidentes de bancos públicos e da nevrálgica Petrobras, a fala de um homônimo do filósofo francês, o presidente interino Temer equilibrou essas expectativas - entre ditos e não ditos.
As palavras recorrentes no discurso do presidente interino aparecem na imagem acima, em um recurso gráfico conhecido com nuvem de tags. O tamanho que cada palavra recebe corresponde à maior ou menor recorrência nos termos.
'BNDES' (cinco menções) aparece à frente de 'Caixa' e 'Petrobras' (três menções cada). O termo 'Brasil' lidera a nuvem, com oito menções. 'Eficiência', 'crescimento' e 'governo', também com três menções cada, superam, no discurso do interino, 'confiança', 'qualidade', 'eficiência' e 'transparência' (duas menções cada).
Temer ressaltou o 'cenário' em que encontrou o País, depois do afastamento da presidente Dilma Rousseff. A palavra 'crise', contudo, apareceu apenas uma vez na fala do interino (mesmo número dos termos 'compromisso', 'progresso' e 'legalidade').
"O País se encontra mergulhado em uma das grandes crises de sua história. Problemas ocasionados por erros comprometeram a governabilidade e a qualidade de nossa gente", discursou Temer. O interino deu posse a Paulo Caffarelli no Banco do Brasil; Gilberto Occhi na Caixa Econômica Federal; Maria Silva Bastos Marques no BNDES; Pedro Parente na Petrobras; Ernesto Lozardo no IPEA e Paulo Rabello de Castro no IBGE.