O encontro ocorreu no Palácio do Jaburu, residência oficial de Temer, e da parte do governo também esteve presente o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha e o presidente interino do PMDB, senador Romero Jucá (RR).
No encontro, os tucanos comemoraram a escolha de Aloysio Nunes e viram a iniciativa de Temer como uma chancela para integrarem o "núcleo decisório" do governo interino. A escolha do senador para a liderança do governo foi comunicada pessoalmente por Temer, na véspera do jantar, ao presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG).
Com a palavra no jantar, Aécio defendeu a recriação de uma aliança permanente entre os peemedebistas e os tucanos no âmbito do governo federal. "Queremos alicerçar um novo centro político PSDB-PMDB. O PSDB não veio para ser coadjuvante. Se fosse para sê-lo ficaríamos apenas no camarote vendo tudo acontecer. Mas não é isso.
O discurso do senador mineiro foi encampado também pelo líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB) que esteve presente na reunião. "No encontro, tivemos a oportunidade de mostrar a importância do gesto do Aloysio como fator de integração e participação do PSDB no núcleo central e decisório do governo. O fato é que nós fomos dormir no centro da oposição e acordamos, no dia seguinte ao impeachment, na periferia do governo. Muitas vezes você ser centro da oposição é melhor do que ser periferia de governo", ressaltou Cunha Lima.
Apesar dos discursos de um alinhamento com o PMDB no âmbito nacional, tanto Aécio quanto o líder do PSDB no Senado consideraram que ainda é cedo para se falar em uma aliança formal para a disputa presidencial de 2018.
Cunha Lima minimizou, contudo, a mudança do discurso adotado pelos tucanos que inicialmente ressaltavam que não indicariam nenhum representante da legenda para participar do governo Temer.
Além da liderança do governo, o PSDB conta hoje com o comando de três ministérios de peso: Justiça, Cidades e Relações Exteriores. "Não foi o partido que impôs ou indicou o Aloysio ou os ministros, foi uma escolha do presidente Temer. Essa é uma construção que se faz no dia a dia como num matrimônio", afirmou o líder do PSDB.
O tucano não desconsiderou, por outro lado, o surgimento de possíveis desgastes com o fato de o PSDB levar, a partir de agora, o carimbo do governo do PMDB. "Fica com carimbo, sem dúvida. Para usar uma expressão bastante conhecida o risco que corre o pau, corre o machado. Mas não é hora de pensar em projeto partidário ou pessoal. A situação do País exige que todos nós assumamos riscos. Tem um risco enorme é inegável, o PSDB paga um preço por isso, mas acima de tudo isso está o Brasil", defendeu..