Os ânimos estão acirrados na manhã desta quinta-feira na comissão de impeachment que analisa o afastamento da presidente Dilma Rousseff. Senadores governistas e de oposição batem-boca por não concordarem sobre o cronograma do processo de impedimento da presidente afastada desde o último dia 12 de maio por até 180 dias, conforme prevê a Constituição Federal. O prazo constitucional é para que os senadores analisem o mérito do pedido protocolado e aprovado na Câmara dos Deputados. (acompanhe a discussão ao vivo. Link no final desta matéria)
O debate ficou confuso durante o debate, com senadores falando ao mesmo tempo. Parlamentares aliados ao presidente em exercício Michel Temer – que assumiu o lugar de Dilma após abertura do processo no Senado – querem encurtar o prazo da fase intermediária do processo. A senadora Simone Tebet (PMDB-MS) protocolou requerimento para diminuir a fase em pelo menos 15 dias.
Entre os petistas, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) é o mais exaltado. Lindberg disse que o presidente em exercício Michel Temer está "pressionando" a comissão para que termine o mais rápido o processo de afastamento de Dilma Rousseff.
O ex-advogado-geral da União José Eduardo Cardozo, que continua defendendo Dilma no processo de impeachment, afirma que a presidente afastada tem direito aos prazos decididos pelo Supremo Tribunal Federal. Segundo ele, o mais importante é a defesa na fase das alegações finais, depois de apresentadas as provas. Cardozo apresentou nessa quarta-feira (1º) a defesa da presidente fastada Dilma Rousseff.
Recurso
A senadora Simone Tebet quer que se mantenha os prazos constantes do Código de Processo Penal, de 5 dias corridos para a defesa e 5 dias corridos para a acusação.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP) recorreu da proposta da senadora. O advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, afirmou que vai recorrer ao STF, por acreditar que o "enxugamento de prazos" prejudica Dilma e é uma situação "perversa" para o Senado.