Manoel Júnior, que já se fazia ausente nas últimas reuniões do conselho, não deu maiores explicações no pedido de saída do colegiado. Segundo fontes, o peemedebista estava preocupado com sua campanha eleitoral e incomodado com os efeitos sobre o eleitorado da associação de sua imagem com as defesas de Cunha. O substituto ainda não foi indicado.
Desde que o processo por quebra de decoro parlamentar contra Cunha foi instaurado, há 7 meses, o colegiado passou por 15 mudanças (11 entre titulares e 4 entre suplentes). As alterações de composição são vistas como manobras para tirar do conselho membros que possam votar contra o deputado afastado.
O parecer que pede a cassação de Cunha foi apresentado ontem ao colegiado. Em 86 páginas, o relator Marcos Rogério (DEM-RO) diz que há provas fartas que atestam que Cunha mentiu à CPI da Petrobras no ano passado ao negar que tivesse contas no exterior. Rogério aponta a prática de condutas graves e ilícitas do peemedebista, incluindo o recebimento de propina do esquema de corrupção na Petrobras.
Os aliados de Cunha pediram vista do parecer e o pedido de cassação será discutido na próxima terça-feira, 7. Como há 17 deputados inscritos para o debate e ainda poderá haver inscrição de líderes e não-membros para falar, há risco de o relatório não ser votado no mesmo dia.