Em depoimento realizado no início da noite de quarta-feira o ex-presidente do PSDB de Minas Gerais Narcio Rodrigues se recusou a responder às perguntas dos promotores responsáveis pela Operação Aequalis.
Segundo fontes que acompanham a investigação, Rodrigues alegou seu direito legal de permanecer calado e não respondeu aos questionamentos dos promotores. Ex-secretário da Ciência e Tecnologia entre 2012 e 2014, no governo do hoje senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), Rodrigues era homem de confiança do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e um dos políticos mais poderosos do Estado nos 12 anos de gestões tucanas em Minas Gerais. Ontem, depois de passar duas noites no Complexo Penitenciário Nelson Hungria, o mesmo onde estão presos o ex-goleiro Bruno e o operador do mensalão Marcos Valério de Souza, o ex-secretário chegou à sede do MPE em Belo Horizonte vestindo o uniforme vermelho da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) e chinelos pretos.
Rodrigues esperou por mais de cinco horas o depoimento do empresário português Hugo Alexandre Timóteo Murcho, ex-diretor do Grupo Yser, sentado em um banco de madeira no corredor que leva à sala dos promotores. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o ex-secretário recebeu propina de R$ 1,5 milhão na obra da "Cidade das Águas", projeto da Fundação Hidroex em parceria com a Unesco na cidade de Frutal, no Triângulo Mineiro, cidade natal e berço político de Rodrigues.
No total, a Operação Aequalis prendeu outras cinco pessoas e cumpriu 27 mandados de busca e apreensão em parceria com a Polícia Militar. As fraudes foram descobertas graças a uma investigação da Corregedoria Geral do Estado de Minas Gerais. Outro empresário português, Ernesto Simões Moniz da Maia, continua foragido. A Polícia Federal foi acionada para descobrir se ele continua no Brasil ou foi para o exterior.