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Estado de Minas

Nova secretária de Temer é investigada por desvio de R$ 4 milhões de verbas

Ex-deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP) foi nomeada pelo presidente em exercício Michel Temer


postado em 04/06/2016 06:00 / atualizado em 04/06/2016 08:21

Nomeada, Fátima Pelaes posa com o presidente em exercício . Ela é suspeita de participar de esquema que desviou R$ 4 milhões do Turismo(foto: Beto Barata/PR/Divulgação)
Nomeada, Fátima Pelaes posa com o presidente em exercício . Ela é suspeita de participar de esquema que desviou R$ 4 milhões do Turismo (foto: Beto Barata/PR/Divulgação)

O presidente em exercício Michel Temer nomeou a ex-deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP) para comandar a nova Secretaria de Políticas para Mulheres, vinculada ao Ministério da Justiça. Fátima Pelaes é investigada na Justiça Federal por supostamente ter participado de um esquema que desviou R$ 4 milhões de verbas do Ministério do Turismo para capacitação de profissionais no Amapá.

O esquema foi desvendado pela Operação Voucher, em 2011. Em depoimentos à PF, pessoas ligadas a uma das entidades supostamente beneficiadas pelo esquema afirmaram que o dinheiro desviado do ministério seria entregue à deputada peemedebista, responsável pela emenda parlamentar que liberou os recursos para o convênio. Ela nega participação no esquema e, à época da operação, colocou seus sigilos fiscal e bancário à disposição da Justiça.

A nomeação de Fátima Pelaes foi publicada na edicão de ontem do Diário Oficial da União. Pelaes é próxima a Temer e ocupava a presidência nacional do PMDB Mulher, um dos núcleos do partido. Já foi filiada ao PFL e ao PSDB. Evangélica, a ex-deputada foi presidente da Frente Parlamentar da Família e Apoio à Vida, e defende posições mais conservadoras que as da antecessora no cargo, Eleonora Menicucci, que ocupou o cargo durante o governo Dilma Rousseff.

A nomeação da ex-deputada para chefiar a secretaria gerou críticas de setores favoráveis à descriminalização do aborto já que ela se manifestou publicamente contra numa sessão que discutia proposta de concessão de bolsa a mulheres que engravidam após estupro. “Nós, enquanto representantes do povo brasileiro, temos que pensar que direito nós mulheres temos de tirar uma vida?”, afirmou em Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara, após ter revelado ter sido concebida em um ato de estupro. A mãe, que estava presa, engravidou após ser violentada.

Apesar de declarar-se contrária ao aborto, contudo, Pelaes afirmou, após a sua nomeação, que não vai interferir nas atuais regras do país para o aborto: no caso de estupros, a vítima deve ter apoio do Estado caso queira abortar, como é previsto pela legislação.


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