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Estado de Minas

Machado diz que pagou mais de R$ 70 milhões a Renan, Jucá e Sarney

Em depoimento após acordo de delação premiada, Sérgio Machado confirmou propina para os senadores e para ex-presidente José Sarney com dinheiro desviado da Transpetro


postado em 04/06/2016 06:00 / atualizado em 04/06/2016 08:17

Brasília e São Paulo – Além das gravações de conversas que manteve com líderes do PMDB, o ex-senador peemedebista Sérgio Machado fez novas revelações sobre o esquema de pagamento de propinas a colegas de partido. Em depoimentos feitos depois de firmar acordo de delação premiada como o Ministério Público Federal, Machado disse ter arrecadado e pago mais de R$ 70 milhões desviados da Transpetro para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente da República, José Sarney. Outros líderes do partido também teriam recebido.

O ex-senador revelou nos depoimentos que Renan Calheiros, responsável por sua indicação para a presidência da subsidiária da Petrobras, teria ficado com R$ 30 milhões (o maior valor na divisão da propina). Renan indicou Machado para a presidência da Transpetro em 2003, no início do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o manteve apoio para a permanência dele no cargo até ano passado, mesmo depois de ter sido acusado por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, de receber propina.


Sarney também teria recebido uma soma significativa, conforme a contabilidade do ex-presidente da Transpetro. Machado disse que repassou aproximadamente R$ 20 milhões para o ex-senador durante o período que esteve à frente da estatal. Romero Jucá, que ficou uma semana como ministro do Planejamento do governo do presidente interino Michel Temer, foi destinatário de quantia similar à de Sarney, cerca de R$ 20 milhões.

Machado também disse que abasteceu também contas dos senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Jáder Barbalho (PMDB-PR). As acusações de Machado são consideradas devastadoras. O ex-presidente da Transpetro falou sobre as somas repassadas aos padrinhos políticos dele e, como se não bastasse, indicou os contratos e os caminhos percorridos pelo dinheiro até chegar aos destinatários finais.

Renan Calheiros afirmou que nunca recebeu dinheiro de Machado. “Jamais recebi vantagens de ninguém. Sempre tive com Sérgio Machado uma relação respeitosa e de Estado. Nunca indiquei ninguém para a Petrobras e nem para o setor elétrico”, afirmou. O senador Romero Jucá também negou o recebimento de qualquer recurso financeiro por meio de Sérgio Machado ou comissões referentes a contratos realizados pela Transpetro. O ex-presidente José Sarney não foi localizado na noite de ontem para comentar as acusações.

Aliado é indiciado

E o vazamento do depoimento de Sérgio Machado não é o único motivo de preocupação para o presidente do Senado. A Polícia Federal encerrou essa semana o inquérito 3984 do Supremo Tribunal Federal (STF), instaurado no âmbito da Operação Lava-Jato, que apura eventual envolvimento de investigados com prerrogativa de foro em crimes de corrupção e desvio de recursos ocorrido na Diretoria de Abastecimento da Petrobras. O deputado federal Anibal Gomes (PMDB-CE) e um ex-assessor, Luís Carlos Batista de Sá, foram indiciados pela PF.

Foram identificados indícios de autoria e materialidade pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Aníbal Gomes é aliado de Renan. No inquérito policial, indiciar corresponde a imputar a algum suspeito a autoria de determinado ilícito penal. Não significa, contudo, que o Ministério Público Federal (MPF) concordará com os argumentos e denunciará o envolvido.


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