Entre os tucanos que neste momento seguem ao lado de Matarazzo estão Arnaldo Madeira, Hubert Alqueres, Luís Sobral e vários militantes que integram o comando partidário. Dos 71 membros do diretório do PSDB paulistano, grande parte ainda é ligada ao Andrea e trabalha no gabinete dele, afirma Julio Semeghini, um dos coordenadores da pré-campanha de João Doria.
Como resposta, o diretório estadual do PSDB ameaça expulsar os dissidentes. Quem não quiser apoiar o João Doria não pode apoiar o Matarazzo. Não podemos brincar com isso, diz o deputado Pedro Tobias, presidente do PSDB paulista.
A legenda chegou a divulgar uma resolução lembrando que os tucanos devem apoiar o candidato do partido na eleição. Essa resolução revela o temor de que uma parte do PSDB não apoie o candidato do partido, diz Madeira. Ele reconhece que tem participado de reuniões com Matarazzo, mas nega que pretenda participar da coordenação de sua campanha.
Após a desistência de Matarazzo, o 2.º turno das prévias, no dia 19 de março, teve 3.266 votantes, com 3.152 (96,5%) votos para Doria, 68 votos em branco (2,1%) e 46 (1,4%) nulos. No 1.º turno, Doria teve 2.681 votos, Matarazzo, 2.045 e Ricardo Tripoli, 1.387.
A menos de um mês do início das convenções partidárias que oficializarão os candidatos à Prefeitura de São Paulo, lideranças do PSDB próximas a Matarazzo também tentam derrubar na Justiça Eleitoral a candidatura de Doria.
O ex-governador Alberto Goldman e o senador José Aníbal prestaram depoimento ao Ministério Público eleitoral na semana passada e formalizaram as denúncias de que Doria teria praticado abuso de poder econômico nas prévias. O Ministério Público eleitoral recebeu três representações contra Doria. Além da feita pelos tucanos, outra é de um cidadão e a terceira do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral.
Vejo indícios de abuso de poder econômico. Estamos fazendo um pente-fino na pré-campanha, disse ao Estado o promotor José Carlos Bonilha, responsável pelo procedimento investigativo. Ele afirma, ainda, que pretende ouvir mais dez envolvidos na pré-campanha.
Entre eles está um motorista de van que teria levado filiados para locais de votação e pessoas que disseram ter recebido dinheiro para trabalhar na pré-campanha. Caso sejam comprovadas as irregularidades, o Ministério Público pode pedir a cassação do registro de Doria. Entre outras acusações, Goldman e Aníbal afirmam que o empresário pagou transporte, alimentos e até teria promovido um churrasco para militantes com recursos que não eram do partido.
Um dos coordenadores da pré-campanha de Doria, o tucano Julio Semeghini diz que as prévias foram feitas dentro da lei eleitoral. O processo atendeu também à regulamentação do partido, afirma.
O empresário sempre negou as irregularidades atribuídas pelos adversários. Ontem, ele não quis se manifestar. Se a candidatura dele for impugnada pela Justiça, o partido terá de escolher outro nome na convenção. As informações são do jornal O Estado de S.