A presidente afastada Dilma Rousseff usou neste sábado, 4, as redes sociais para rebater mais uma vez a decisão do presidente em exercício, Michel Temer, que limitou seus deslocamentos aéreos com aviões da FAB apenas para o trecho Brasília-Porto Alegre, onde ela tem residência. A medida adotada pelo governo do peemedebista foi tomada com base em um parecer elaborado pela Subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil com a justificativa de que a petista, na condição de presidente da República afastada, não tem compromissos oficiais.
A decisão de restringir o uso de aviões frustra a principal estratégia da petista, que pretendia, neste período de afastamento, defender o seu mandato. Desde que o processo de impeachment foi admitido no Senado, no dia 12 de maio, Dilma já viajou para atos em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, além de ter ido três vezes a Porto Alegre, onde tem família.
Reação Ontem, 3, o ex-ministro da Advocacia-Geral da União José Eduardo Cardozo acusou o presidente em exercício Michel Temer e seu aliados de intimidar Dilma e sua defesa. Para ele, não cabe ao Executivo limitar os destinos da viagem da presidente afastada, já que o processo do impeachment tramita no Legislativo. "O objetivo é evitar que a presidente se locomova, é de intimidar", declarou Cardozo, numa crítica à decisão de Temer restringir as viagens de Dilma em aviões da FAB.
"Querem o quê, que ela viaje em um avião comercial, com toda a segurança da Presidência da República? Ela ainda é a presidente. Querem que ela viaje de carro? Não é essa a questão, querem é impedir que ela se locomova", afirmou Cardozo. Ele disse ainda que tem visto tentativas de intimidação contra a defesa da petista. "Perdem tempo ao tentar me intimidar", emendou.