Em Alfenas, no Sul do estado, o “Movimento redução já” planeja um ato no dia 19 para cobrar dos vereadores a aprovação de um projeto de lei que prevê a redução do subsídio de R$ 9,6 mil para R$ 1,18 mil, o equivalente ao piso salarial dos professores da rede municipal de ensino. O texto foi feito a partir de um documento com mais de 9 mil assinaturas de moradores, mas foi engavetado.
Questionado se algum vereador não poderia ter apresentado proposta com teor semelhante, desta vez sem os erros formais, o presidente afirmou que não era “da conta” da repórter e desligou o telefone celular. Os organizadores articulam a contratação de carros de som e distribuição de panfletos pela cidade. “O Movimento convoca a todas as lideranças e colaboradores para traçarm”, diz a convocação postada no Facebook.
MÁ ÍNDOLE A rede social também tem sido um canal de comunicação dos organizadores do movimento “Todo poder emana do povo – Centralina em ação”. Desde setembro do ano passado, o grupo tenta reduzir o salário dos vereadores dos atuais R$ 4.476,88 para R$ 880. Na página, há um vídeo de um integrante que se apresenta como Evaristo convidando a população para se mobilizar. Uma postagem diz que o Brasil é um dos poucos países em que os vereadores são remunerados. Um documento com mais de 500 assinaturas foi apresentado à Câmara, mas segundo o organizador afirmou à reportagem, “eles não dão a mínima”. A medida defendida levaria a uma economia de R$ 398 mil anuais para os cofres de Centralina. Mas a proposta não só não foi atendida, como um decreto assinado em fevereiro deste ano pelo então presidente interino da Casa, Márcio Bernardino, estabeleceu um reajuste de 10,54% nos contracheques. Dessa forma, o vencimento dos vereadores passou para R$ 4.948, e do presidente da Casa, R$ 6.115. No mês seguinte, no entanto, os parlamentares cancelaram o reajuste.
“Quando assumir a presidência, retornei ao valor anterior por uma questão orçamentária”, disse o presidente da Casa, Juarez Garcia Marques Júnior (PMDB). No entanto, o aperto no caixa não tem sido suficiente para convencer os parlamentares a uma nova redução no salário. “Se for um político de má índole, às vezes ele poderá cometer atos de corrupção porque o salário está insuficiente”, argumentou.